IBGE estima
que desempregados no Brasil sejam 14,4 milhões
É o que
revela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
Publicado em
30/04/2021 - 09:49 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
O número de
desempregados no Brasil foi estimado em 14,4 milhões no trimestre encerrado em
fevereiro, o maior contingente desde 2012, início da série histórica da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje
(30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O resultado
representa alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas em relação ao
trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020, quando a desocupação foi
calculada em 14 milhões de pessoas.
Mesmo assim,
segundo o IBGE, a taxa de desocupação ficou estável em 14,4% em relação ao
trimestre anterior (14,1%), mas apresentou alta de 2,7 pontos percentuais na
comparação com igual trimestre do ano passado, quando foi estimada em 11,6%.
Segundo a
analista da pesquisa, Adriana Beringuy, embora haja a estabilidade na taxa de
ocupação, já é possível notar uma pressão maior com 14,4 milhões de pessoas
procurando trabalho. A pesquisadora destacou que não houve, nesse trimestre,
geração significativa de postos de trabalho, o que também foi observado na
estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo
trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio,
a indústria e alojamentos e alimentação.
Trabalho
informal
“O trimestre
volta a repetir a preponderância do trabalho informal, reforçando movimentos
que já vimos em outras divulgações - a importância do trabalhador por conta
própria para a manutenção da ocupação”, disse Adriana, em nota.
De acordo com
o IBGE, a estabilidade do contingente de pessoas ocupadas - aproximadamente
85,9 milhões no trimestre encerrado em fevereiro de 2021 – é decorrente da
informalidade, com o aumento dos trabalhadores por conta própria. Em relação ao
mesmo trimestre do ano anterior, o contingente de pessoas ocupadas apresentou
queda de 8,3%, representando uma redução de 7,8 milhões de empregados.
Apenas a
categoria de trabalhadores por conta própria, que totaliza 23,7 milhões de
pessoas, apresentou crescimento (3,1%) na comparação com o trimestre anterior
(setembro a novembro de 2020), significando a adição de 716 mil pessoas neste
contingente. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o indicador
apresentou uma redução de 824 mil postos.
As demais categorias apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada foram calculados em 29,7 milhões de pessoas. Os empregadores e trabalhadores do setor privado sem carteira assinada somam 9,8 milhões de pessoas. E os empregadores são 3,9 milhões de pessoas.
Estabilidade
A população
fora da força de trabalho - que não estava nem ocupada nem desocupada na semana
de referência - manteve-se estável em 76,4 milhões, quando comparada com o
trimestre de setembro a novembro de 2020. Frente ao mesmo trimestre do ano
anterior, houve expansão de 15,9% com o acréscimo de 10,5 milhões de pessoas.
A analista do
IBGE disse, ainda, que esse é um indicador que cresceu muito em 2020, em função
do afastamento das pessoas do mercado de trabalho, voltando a se retrair a
partir de outubro e agora encontra-se estável.
“Essa
população fora da força foi afetada pelas restrições de funcionamento das
atividades econômicas e pelas medidas de proteção. Muitas deixaram de procurar
trabalho, outras perderam o trabalho e não viam condições de se reinserir,
parando de exercer pressão no mercado de trabalho. Quando confrontamos com
fevereiro de 2020, a população fora da força de trabalho é muito maior em
função da própria dinâmica que a pandemia trouxe para o mercado de trabalho”,
afirmou.
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