Rio Negro
sobe mais um centímetro e supera marca histórica
Nível do
Rio Negro atingiu 29,98 metros nesta terça-feira
Publicado em
01/06/2021 - 12:34 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O nível do Rio
Negro atingiu 29,98 metros nesta terça-feira (1), tendo variado um único
centímetro, próximo a Manaus (AM), nas últimas 24 horas. Embora seja
tecnicamente insignificante, a elevação foi suficiente para que a máxima
histórica registrada em 2012, de 29,97 metros, fosse superada.
Ontem (31),
especialistas afirmaram que o nível do rio pode atingir a marca dos 30 metros
nas próximas semanas para, então, se estabilizar e começar a baixar lentamente.
Segundo a
pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) Luana Gripp Simões Alves, há
80% de chances de o nível do Rio Negro chegar aos 30 metros, mas, em termos de
volume d´água, isso não significaria prejuízos maiores que os já registrados.
“Em termos de
volume d´água, o fato de o nível subir um ou dois centímetros a mais impactaria
muito pouco”, disse Luana, ontem. A pesquisadora também explicou que as
medições comportam uma margem de erro de até cinco centímetros – dentro da qual
os resultados vêm variando ao longo dos últimos dias, o que, segundo a
pesquisadora, reforça a tese de que a situação esteja começando a se
estabilizar.
“Tudo indica
que estamos passando por um processo de finalização de enchentes.
Provavelmente, em termos de efeitos, a inundação que observaremos este ano é
isso aí que já estamos vendo”, comentou Luana, enfatizando que, mesmo depois
que o nível do Rio Negro começar a baixar, os efeitos da cheia serão sentidos
por algum tempo. “Os impactos não vão cessar de um dia para o outro. Ainda
demorará várias semanas, pois, no primeiro momento, a velocidade [da vazão]
será lenta.”
Em Manaus, as
cheias do Rio Negro afetaram a população de 15 bairros. A prefeitura começa a
pagar, hoje, o auxílio aluguel municipal para 1.834 famílias atingidas. Cada
família contemplada receberá R$ 600, pagos em duas parcelas de R$ 300 cada.
Além disso, nas duas últimas semanas, a prefeitura distribuiu 2 mil cestas
básicas, colchões, lençóis e kits de limpeza. Por segurança, postes de
iluminação da região central foram desligados a fim de evitar incidentes.
Além de
Manaus, outras 57 cidades amazonenses foram de alguma forma atingidas pelas
cheias de rios que cortam o estado. Dos 62 municípios amazonenses, apenas
quatro não foram afetados. Quarenta e oito prefeituras decretaram situação de
emergência; seis reconheceram a situação de transbordamento dos cursos d´água e
quatro a situação de alerta. Veja a relação abaixo.
Municípios
amazonenses em situação de emergência (48):
Calha do Baixo
Solimões (9): Manacapuru; Careiro da Várzea; Anori; Caapiranga; Anamã; Codajás;
Iranduba; Manaquiri e Careiro Castanho.
Calha do Médio
Solimões (8): Jutaí; Fonte Boa; Japurá; Maraã; Uarini; Alvarães; Tefé e Coari.
Calha do Juruá
(7): Guajará; Ipixuna; Eirunepé; Envira; Itamarati; Carauari e Juruá.
Calha do Purus
(6): Boca do Acre; Pauini; Lábrea; Canutama; Tapauá e Beruri.
Calha do Baixo
Amazonas (5): Barreirinha; Boa Vista do Ramos; Nhamundá; Urucará e Parintins.
Calha do
Madeira (4): Borba; Nova Olinda do Norte; Novo Aripunã; Manicoré.
Calha do Alto
Solimões (4): Atalaia do Norte; Tabatinga; Tonantins e Santo Antônio do Iça.
Calha do Médio
Amazonas (4): Itacoatiara; Silves; Autazes e Urucurituba.
Calha do Rio
Negro (1): Manaus.
Municípios
amazonenses em situação de transbordamento (6):
Calha do Alto
Solimões (3): Benjamin Constant; São Paulo de Olivença e Amaturá.
Calha do Baixo
Amazonas (2): São Sebastião do Uatumã e Maués.
Calha do Médio
Amazonas (1): Itapiranga.
Municípios
amazonenses em situação de alerta (4):
Calha do Rio
Negro (4): São Gabriel da Cachoeira; Santa Isabel do Rio Negro; Barcelos; Novo
Airão.
Municípios
amazonenses em situação de normalidade (4):
Calha do
Madeira (2): Apuí e Humaitá
Calha do Médio
Amazonas (2): Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo.
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