Após três meses de queda, produção industrial cresce 1,4% em
maio
Dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje
pelo IBGE
Publicado em 02/07/2021 - 10:07 Por Ana Cristina Campos –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A produção industrial aumentou 1,4% na passagem de abril
para maio, após três meses consecutivos de queda. Nesse período, de fevereiro a
abril, houve perda acumulada de 4,7%. Com o resultado de maio, a indústria
atingiu o mesmo patamar de fevereiro de 2020, no cenário de pré-pandemia de
covid-19. Apesar do avanço, o setor ainda se encontra 16,7% abaixo do nível
recorde registrado em maio de 2011.
Na comparação com maio do ano passado, a produção
industrial cresceu 24%, a segunda taxa mais elevada desde o início da série
histórica da pesquisa, em janeiro de 2002. A mais alta foi registrada no mês
passado (34,7%). É o nono mês consecutivo de crescimento nesse indicador.
Produtos alimentícios (2,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis
(3%) e indústrias extrativas (2%) puxaram a alta no mês. Os dados são da
Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
No índice acumulado no ano, frente a igual período de 2020,
houve crescimento de 13,1%. Em 12 meses, a expansão chegou a 4,9%.
O gerente da pesquisa, André Macedo, afirmou que o
resultado positivo de maio não significa uma reversão do saldo negativo
acumulado nos meses de fevereiro, março e abril. “Há uma volta ao campo
positivo, mas está longe de recuperar essa perda recente que o setor industrial
teve. Muito desse comportamento de predominância negativa nos últimos meses tem
uma relação direta com o recrudescimento da pandemia, no início de 2021, que
trouxe um desarranjo para as cadeias produtivas”, disse, em nota.
O pesquisador destacou que o desabastecimento de
matéria-prima e o encarecimento dos custos de produção estão entre as
consequências sentidas pelo setor industrial. “Embora o resultado de maio na
comparação com abril tenha sido positivo, quando olhamos o início de 2021 face ao
recrudescimento da pandemia e todos os seus efeitos, o saldo ainda é negativo,
haja vista que, quando pegamos outros indicadores, como o índice de média móvel
trimestral, a leitura ainda é descendente”, disse. Em maio, o índice de média
móvel trimestral caiu 0,8%.
Segundo o IBGE, o resultado positivo do índice geral em
maio foi disseminado por 15 das 26 atividades analisadas pela pesquisa. “Esse
número maior de atividades com crescimento está relacionado ao fato de termos,
nos meses anteriores, um perfil bastante disseminado de atividades em queda.
Isso faz com que haja uma volta natural ao campo de crescimento em função das
quedas mais acentuadas nesses meses”, afirmou Macedo.
Outros resultados positivos vieram das atividades de
metalurgia (3,2%), de outros produtos químicos (2,9%), de produtos
farmoquímicos e farmacêuticos (8%), de bebidas (2,9%) e de confecção de artigos
do vestuário e acessórios (6,2%). Já as atividades que mais impactaram
negativamente o índice foram produtos de borracha e de material plástico
(-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,8%) e produtos têxteis (-6,1%).
Segundo a pesquisa, houve avanço em duas das grandes
categorias econômicas: bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e bens de
capital (1,3%). Já os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,4%) e
de bens intermediários (-0,6%) recuaram em maio.
Agência Brasil
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