Balança comercial tem
melhor saldo da história no primeiro semestre
País exportou US$ 37,496
bilhões a mais do que importou.
Publicado em 01/07/2021 -
16:31 Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Beneficiada pela alta das
commodities (bens primários com cotação internacional), a balança comercial
registrou o melhor saldo da história para o primeiro semestre, desde o início
da série histórica, em 1989. De janeiro a junho, o país exportou US$ 37,496
bilhões a mais do que importou.
O saldo é 68,2% maior que
nos seus primeiros meses de 2020, quando as exportações tinham superado as
importações em US$ 22,295 bilhões. Até agora, o melhor primeiro semestre da
história havia sido registrado em 2017, quando a balança comercial tinha
registrado superávit de US$ 31,922 bilhões.
Em junho, as exportações
superaram as importações em US$ 10,372 bilhões, resultado 59,5% maior que o do
mesmo mês do ano passado e montante também recorde para o mês. No mês passado,
o Brasil vendeu para o exterior US$ 28,104 bilhões, alta de 60,8% sobre junho
de 2020 e valor recorde para todos os meses desde o início da série histórica,
em 1989. As importações totalizaram US$ 17,732 bilhões, alta de 61,5% na mesma
comparação.
Além da alta no preço das
commodities, as exportações também subiram por causa da base de comparação. Em
junho de 2020, no início da pandemia de covid-19, as exportações tinham caído
por causa das medidas de restrição social. O volume de mercadorias embarcadas,
segundo o Ministério da Economia, aumentou 11,4%, enquanto os preços subiram,
em média, 44% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Setores
Em junho, todos os setores
registraram crescimento nas vendas para o exterior. Com o auge da safra de
grãos, as exportações agropecuárias subiram 24,9% em relação a junho do ano
passado. Os principais destaques foram café não torrado (+45,0%), soja (+23,6%)
e algodão em bruto (+111,4%).
Beneficiada pela
valorização de minérios, as exportações da indústria extrativa aumentaram
175,8%, com destaque para minério de ferro (+172,1%), minério de cobre (+82,6%)
e óleos brutos de petróleo (+208,9%), impulsionadas pela valorização do
petróleo no mercado externo. As vendas da indústria de transformação subiram
38,1%, puxadas por combustíveis (+66%), aço (+110%) e aeronaves, incluindo
componentes (+144%).
Do lado das importações,
as compras do exterior da agropecuária subiram 61,1% em junho na comparação com
junho do ano passado. A indústria extrativa registrou alta de 25,5% e a
indústria de transformação teve crescimento de 66,3%. Os principais destaque
foram soja (+181,9%), gás natural (+434,7%), combustíveis (+216,5%) e veículos
automotivos (+366,3%).
O governo elevou de US$
89,4 bilhões para US$ 105,3 bilhões a previsão de superávit da balança
comercial neste ano, o que garantiria resultado recorde. A estimativa já
considera a nova metodologia de cálculo da balança comercial. As projeções
estão bem mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus,
pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central,
projeta superávit de US$ 68,8 bilhões neste ano.
Metodologia
Em abril, o Ministério da
Economia mudou o cálculo da balança comercial. Entre as principais alterações,
estão a exclusão de exportações e importações fictas de plataformas de
petróleo. Nessas operações, plataformas de petróleo que jamais saíram do país
eram contabilizadas como exportação, ao serem registradas em subsidiárias da
Petrobras no exterior, e como importação, ao serem registradas no Brasil.
Outras mudanças foram a
inclusão, nas importações, da energia elétrica produzida pela usina de Itaipu e
comprada do Paraguai, num total de US$ 1,5 bilhão por ano, e das compras feitas
pelo programa Recof, que concede isenção tributária a importações usadas para
produção de bens que serão exportados. Toda a série histórica a partir de 1989
foi revisada com a nova metodologia.
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