Inflação fica em 0,53% em
junho, puxada pela alta da energia elétrica
A informação foi divulgada
hoje pelo IBGE
Publicado em 08/07/2021 -
11:30 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A inflação desacelerou
para 0,53% em junho, depois de chegar a 0,83% em maio. Esse é o maior resultado
para o mês desde junho de 2018, quando ficou em 1,26%. Com esse resultado, o
indicador acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses.
Os dados são do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (8) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é usado como
referência para a inflação oficial do país e utiliza como base os custos das
famílias com renda mensal de até 40 salários mínimos.
Segundo o levantamento, a
variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%). Em
junho de 2020, a taxa da inflação foi de 0,26%.
Dos nove grupos de
produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto
(0,17 ponto percentual - p.p) foi do grupo habitação (1,10%), principalmente,
por causa da energia elétrica (1,95%). Embora tenha desacelerado em relação ao
mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice
do mês (0,09 p.p.).
“A energia continuou
subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a
vigorar em junho e acrescenta R$ 6,243 à conta de luz a cada 100
quilowatts-hora consumidos. Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha
patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram
em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas”,
disse, em nota, o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
Na sequência dos aumentos,
vieram alimentação e bebidas (0,43%) e transportes (0,41%), ambos com o segundo
maior impacto no índice (0,09 p.p). A alimentação no domicílio passou de 0,23%
em maio para 0,33% em junho, puxada pelas carnes (1,32%), que subiram pelo
quinto mês consecutivo e acumulam alta de 38,17% em 12 meses. Em relação à
queda de preços, destacam-se a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o
tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).
A alimentação fora do
domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), principalmente devido
ao lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,10% no mês anterior. Já a
refeição subiu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.
No grupo dos transportes
(0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12
meses. Mais uma vez, o maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,69%),
cujos preços haviam aumento 2,87% em maio. Os preços do etanol (2,14%) e do
óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também registraram alta em junho.
Segundo o IBGE, a maior
variação no mês, entre os grandes grupos, ficou com vestuário (1,21%), com
destaque para calçados e acessórios (1,53%), roupas masculinas (1,52%) e roupas femininas (1,10%). Todos esses itens
aceleraram em relação a maio.
Em junho, todas as áreas
pesquisadas apresentaram inflação. O maior índice ficou com a região
metropolitana de Recife (0,92%), influenciada pelas altas nos preços da
gasolina (4,92%) e da energia elétrica (2,78%). Já o menor resultado ocorreu em
Brasília (0,17%), por conta da queda nos preços das frutas (-7,53%) e da taxa
de água e esgoto (-2,40%).
INPC desacelera para 0,60%
em junho
O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou para 0,60% em junho, ficando
abaixo do resultado de maio (0,96%). No ano, o indicador acumula alta de 3,95%
e, em 12 meses, de 9,22%, acima dos 8,90% observados nos 12 meses imediatamente
anteriores. O INPC mede a inflação para as famílias com renda mensal de até
oito salários mínimos.
Segundo o IBGE, essa é a
maior variação acumulada em 12 meses desde agosto de 2016 (9,62%). Em junho de
2020, a taxa foi de 0,30%.
“Energia elétrica, por
causa da mudança da bandeira tarifária, alimentação e bebidas e transportes
também influenciaram o INPC em junho”, disse o analista André Filipe. Ele
destacou que os produtos alimentícios subiram 0,47%, ficando abaixo do
resultado de maio (0,53%).
Todas as áreas também
tiveram alta em junho. As regiões metropolitanas de Recife e de Salvador
tiveram variação de 0,90%. Ambas as áreas foram influenciadas pela energia elétrica
(2,85% em Recife e 2,53% em Salvador) e pela gasolina (4,92% em Recife e 2,22%
em Salvador). O menor índice ficou com Brasília (0,14%), onde influenciou as
quedas nos preços das frutas (-6,83%) e da taxa de água e esgoto (-1,71%).
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