Pesquisa
mostra que 99,3% das escolas suspenderam aulas presenciais
Dados do
Censo Escolar serão usados para criar políticas educacionais
Publicado em
12/07/2021 - 11:57 Por Antonio Claret Guerra - Repórter da Agência Brasil -
Belo Horizonte
Segundo
pesquisa publicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades
presenciais durante a pandemia de covid-19.
O estudo,
chamado Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil, aponta que pouco
mais de 53% das escolas públicas conseguiram manter o calendário letivo
original para 2020. No ensino privado, cerca de 70% das escolas conseguiram
manter a previsão de 2020 inalterada.
“Os
resultados, de caráter censitário, podem auxiliar o Ministério de Educação e os
secretários estaduais e municipais de ensino na tomada assertiva de decisões. É
este o papel do Inep: gerar informações
relevantes para o planejamento de ações de enfrentamento e política
educacionais", disse Danilo Dupas, presidente do Inep.
O
levantamento foi realizado entre fevereiro e maio de 2021, com a 2ª etapa do Censo
Escolar 2020. Segundo o (Inep), os dados aferidos serão fundamentais para a
compreensão das consequências da pandemia no sistema educacional brasileiro.
A pesquisa
reúne dados sobre os impactos e as respostas educacionais decorrentes da
pandemia de covid-19. Para isso, o Inep desenvolveu um formulário específico
para coletar informações sobre a situação e as estratégias adotadas pelas
escolas durante o ano letivo de 2020.
Uma das
funções do estudo será apoiar decisões de gestores estaduais e ajudar na
elaboração das diretrizes de biossegurança para o retorno às aulas presenciais,
afirmou o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Mauro Luiz
Rabelo. “A partir dessa iniciativa, foram destinados mais de R$ 672 milhões às
escolas para a aquisição de insumos no retorno às atividades presenciais.”
Somadas a
rede pública e privada, 94% das escolas brasileiras responderam ao questionário
por meio do Censo Escolar. “É uma cobertura que nos permite chegar a um nível
de informações muito relevante para mostrar como as redes de ensino reagiram a
essa situação de excepcionalidade”, afirmou o diretor de Estatísticas
Educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno Sampaio.
Achados
A realização
de reuniões virtuais para planejamento, coordenação e monitoramento das
atividades foi a estratégia mais adotada pelos professores para dar
continuidade ao trabalho durante a suspensão das aulas presenciais. Na
sequência está a reorganização ou a adaptação do planejamento ou do plano de
aula, com o objetivo de priorizar habilidades e conteúdos específicos. A
comunicação direta entre aluno e professor (e-mail, telefone, redes sociais e
aplicativo de mensagem) foi a estratégia mais adotada para manter contato e
oferecer apoio aos estudantes.
Quando se
trata da realização de aulas ao vivo, 72,8% das escolas estaduais e 31,9% das
municipais implementaram a estratégia. Em 2.142 cidades, nenhuma das escolas
municipais adotou essa medida. Por outro lado, em 592 cidades, todas as escolas
da rede municipal fizeram o uso desse meio. Ao todo, 28,1% das escolas públicas
planejaram a complementação curricular com a ampliação da jornada escolar no
ano letivo de 2021. Na rede privada, 19,5% das escolas optaram por essa
alternativa.
Entenda a
pesquisa
Principal
pesquisa estatística da educação básica, o Censo Escolar é coordenado pelo Inep
e realizado, em regime de colaboração, entre as secretarias estaduais e
municipais de Educação, com a participação de todas as escolas públicas e
privadas do país. O levantamento abrange as diferentes etapas e modalidades da
educação básica: ensino regular, educação especial, educação de jovens e
adultos (EJA) e educação profissional.
O
levantamento aponta, ainda, que o Brasil teve um período expressivo de
suspensão das atividades presenciais em relação a outros países. A média
brasileira foi de 279 dias de suspensão de atividades presenciais durante o ano
letivo de 2020, considerando escolas públicas e privadas.
Dados do monitoramento
global do fechamento de escolas causado pelo coronavírus, da Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostram que
Chile e Argentina, por exemplo, registraram 199 dias sem atividades presenciais
entre 11 de março de 2020 e 2 de fevereiro de 2021. No México, foram 180 dias
de paralisação, enquanto o Canadá teve 163 dias de aulas presenciais suspensas.
França e Portugal contabilizaram menos de um trimestre sem aulas presenciais,
com a suspensão de 43 e 67 dias, respectivamente.
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