Balança
comercial tem segundo maior superávit para meses de julho
Exportações
superam importações em US$ 7,39 bilhões
Publicado em 02/08/2021 -
17:13 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A alta das importações em
ritmo maior que o das exportações fez o superávit da balança comercial recuar
levemente em julho. No mês passado, o país exportou US$ 7,395 bilhões a mais do
que importou. Esse foi o segundo melhor resultado da história, só perdendo para
julho do ano passado (US$ 7,601 bilhões).
Apesar da queda de 2,7% em
valores absolutos, o saldo comercial em julho bateu recorde pelo critério da
média diária. Ao dividir o superávit pelo número de dias úteis, o saldo cresceu
1,7% em julho de 2021 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o
Ministério da Economia, a diferença decorre do fato de que julho deste ano teve
22 dias úteis, contra 23 em 2020.
No mês passado, as
exportações somaram US$ 25,529 bilhões, alta de 37,5% sobre julho de 2020 pelo
critério da média diária. As exportações bateram recorde para todos os meses
desde o início da série histórica, em 1989. As importações totalizaram US$
18,133 bilhões, alta de 60,5% na mesma comparação.
A alta no preço das
commodities sustentou as exportações. No mês passado, o volume de mercadorias
embarcadas caiu 8% em relação a julho de 2020. Os preços subiram, em média,
43,1% na mesma comparação. Por causa da quebra na safra de milho, afetada pela
seca e pelas geadas, as exportações do produto caíram US$ 223 milhões em julho
na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Do lado das importações, as compras de combustíveis, de adubos e fertilizantes e de partes e acessórios de veículos apresentaram o maior crescimento. A alta do dólar, associada à elevação no preço internacional do petróleo (usado tanto nos combustíveis como em parte dos fertilizantes), pressionou as importações. A recuperação da economia também elevou o consumo. No mês passado, o volume importado subiu 31%, e os preços médios aumentaram 15,4%.
Acumulado
Com o resultado de julho,
a balança comercial acumula superávit de US$ 44,126 bilhões nos sete primeiros
meses do ano. O resultado é 48,6% maior que o dos mesmos meses de 2020, também
pelo critério da média diária, e também é o maior da série histórica para o
período. O recorde anterior, de 2017, estava em US$ 36,318 bilhões.
Em 2021, as exportações
continuam a crescer mais que as importações. As vendas para o exterior somaram
US$ 161,416 bilhões, alta de 35,3% pela média diária em relação aos sete
primeiros meses do ano passado e valor recorde desde o início da série
histórica. As compras do exterior totalizaram US$ 117,289 bilhões, aumento de
30,5% pelo mesmo critério.
Estimativa
Em julho, o governo elevou
para US$ 105,3 bilhões a previsão de superávit da balança comercial neste ano,
o que garantiria resultado recorde. A estimativa já considera a nova
metodologia de cálculo da balança comercial. As projeções estão mais otimistas
que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de
mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$
70,37 bilhões neste ano.
Em abril, o Ministério da
Economia mudou o cálculo da balança comercial. Entre as principais alterações,
estão a exclusão de exportações e importações fictícias de plataformas de
petróleo. Nessas operações, plataformas de petróleo que jamais saíram do país
eram contabilizadas como exportação, ao serem registradas em subsidiárias da
Petrobras no exterior, e como importação, ao serem registradas no Brasil.
Outras mudanças foram a
inclusão, nas importações, da energia elétrica produzida pela usina de Itaipu e
comprada do Paraguai, num total de US$ 1,5 bilhão por ano, e das compras feitas
pelo programa Recof, que concede isenção tributária a importações usadas para
produção de bens que serão exportados. Toda a série histórica a partir de 1989
foi revisada com a nova metodologia.
0 Comentários