Despesa
por pessoa com alimentação no Brasil era R$ 209 em 2017-2018
Área
urbana contribuiu com R$ 186,28 (89,1%)
Publicado em
19/08/2021 - 10:03 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
A análise por
alimentação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada
hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
constatou que a despesa per capita (por indivíduo) mensal no Brasil foi de R$
209,12. A área urbana contribuiu com R$ 186,28 (89,1%), enquanto a área rural
ficou com R$ 22,84 (10,9%).
A região que
mais contribuiu para a renda mensal por pessoa foi o Sudeste (45,7% da média ou
R$ 95,47), quase o dobro da Região Nordeste (23,4% ou R$ 48,89). Segundo o
IBGE, o grupo de faixa etária compreendida entre 25 e 49 anos de idade
contribuía à época para o valor médio da despesa com alimentação com R$ 101,45,
ou 48,5% da média.
A despesa per
capita mensal foi maior entre as pessoas com carteira assinada (R$ 50,66), fora
da força de trabalho (R$ 53,32) e por conta própria (R$ 42,58). Na composição
da média da despesa per capita com alimentação, observa-se que a contribuição
era 62,3% (R$ 130,18) na parcela da população formada por famílias cuja pessoa
de referência era homem, enquanto famílias que tinham uma mulher como
referência contribuíam com 37,7% (R$ 78,94).
A análise por
diferentes arranjos familiares mostra que a parcela da população composta pelas
famílias formadas por mais de um adulto com ao menos uma criança contribuiu com
35,5% (R$ 74,33) do valor da média per capita com a despesa de alimentação,
enquanto a formada por mais de um adulto sem criança contribuiu com 33,1% (R$
69,23).
A despesa
mensal por indivíduo dentro do domicílio somou R$ 147,45, de acordo com a POF
2017-2018, divididos entre R$ 129,47 na área urbana e R$ 17,98 na área rural. A
análise regional mostra que o Sudeste apresentou a maior despesa per capita
mensal com alimentação dentro de casa, de R$ 66,32, com maior concentração na
faixa etária de 25 a 49 anos de idade (R$ 67,89).
A diferença do
gasto per capita mensal é pequena entre famílias com pessoa de referência da
cor branca (R$ 73,50) e de pretos e pardos (R$ 71,38), indica a pesquisa do
IBGE. Entretanto, o gasto mensal por indivíduo é bem maior para famílias
lideradas por homens (R$ 90,48) do que por mulheres (R$ 56,97). Por arranjos
familiares, a despesa mensal por pessoa com alimentação no domicílio é maior
para famílias com mais de um adulto com pelo menos uma criança (R$52,54) e com
mais de um adulto sem criança (R$ 46,45).
Fora do
domicílio
Por outro
lado, a despesa per capita mensal com alimentação fora de casa somou, no
período analisado, R$ 61,68, dos quais R$ 56,81 na localização urbana e R$ 4,87
na área rural. De novo, destaque para o Sudeste do país, com contribuição de R$
29,14. Predominou nesse tópico a faixa etária entre 25 e 49 anos de idade (R$
33,57). A despesa mensal por pessoa com alimentação fora de casa foi maior para
quem tinha ensino superior completo (R$ 20,79).
Por forma de
aquisição, a maior contribuição para o gasto per capita mensal com alimentação
fora do domicílio foi encontrada entre os empregados com carteira (R$ 16,91) e
por conta própria (R$ 12,10). A pesquisa evidencia também que, no caso da média
Brasil, a despesa per capita com alimentação no domicílio contribuía, à época,
com 70,5% para a média, enquanto a alimentação fora do domicílio contribuía com
29,5%.
Segurança
alimentar
No Brasil, no
período de referência da pesquisa, o percentual da população que vivia em
domicílios identificados com o grau de segurança alimentar (SA) era de 59%,
contra 41% que conviviam com algum grau de restrição para acesso a uma
alimentação em quantidade e variedade desejadas. Com grau de insegurança
alimentar leve foram identificados 27% dos domicílios. As casas onde a
qualidade e a quantidade desejada em relação aos alimentos já estavam
comprometidas alcançavam 13,9%.
Por
localização geográfica, 52% da população brasileira viviam em áreas urbanas e
em domicílios com o grau de segurança alimentar (SA). Na área rural, esse
percentual chegava a 7,1%. A POF apurou que o percentual da população que vivia
em domicílios nos quais o padrão da alimentação foi considerado bom era 58,3%,
contra 35,9% com avaliação satisfatória e 5,8% com avaliação ruim. Entre os 41%
da população que residiam em domicílios com insegurança alimentar, 28,4% eram
integrantes de famílias com a pessoa de referência preta ou parda e 12,1% de
famílias cujo responsável era branco.
A maior parte
da população que vivia em domicílios identificados com o grau de SA vivia nas
regiões Sudeste e Nordeste, que concentravam 40,1% da população brasileira.
Ainda segundo o IBGE, o valor mensal mínimo por indivíduo, necessário para
gastos com alimentação familiar, por situação de segurança alimentar existente no
domicílio, atingia R$ 348,60, sendo R$ 311,84 na área urbana. O maior valor foi
encontrado no Sudeste (R$ 163,79).
Transportes
O IBGE
constatou que o gasto médio per capita familiar com transportes no país foi de
R$ 85,44, distribuídos 71,2% (R$ 60,81) em transporte particular, táxi e
aplicativos; 20,6% (R$ 17,57) em transporte coletivo; e 8,3% (R$ 7,06) em
transportes alternativos e outros. Nas famílias com pessoa de referência preta
ou parda, a contribuição para despesa per capita com o transporte coletivo (R$
10,30) foi maior do que a contribuição das famílias chefiadas por pessoa branca
(R$ 7,01).
Por regiões, o
maior gasto per capita com transportes foi observado no Sudeste (49%), contra o
menor (5%) na Região Norte. A distribuição acumulada das despesas por pessoa
com transportes mostra que 40% dos menores rendimentos foram responsáveis por
17,1% dos gastos, contra 10% dos mais ricos, que responderam por 27%.
Setenta e oito
por cento dos brasileiros viviam em famílias que utilizaram alguma forma de
transporte coletivo, dos quais 35,7% viviam em famílias que declararam ter
avaliação positiva, 20% avaliaram como satisfatório o transporte coletivo e
22,2% tiveram avaliação ruim.
Lazer e
viagens
A pesquisa do IBGE apurou uma média total mensal em nível Brasil de R$ 53,93 para despesas com lazer e viagens esporádicas, divididos entre lazer (R$ 14,87, ou 27,6%) e viagens esporádicas (R$ 39,05, ou 72,4%). A maior despesa no total foi encontrada no Sudeste: R$ 29,42.
Considerando a
cor ou raça e o sexo da pessoa de referência, o maior gasto envolvendo lazer e
viagens esporádicas a lazer foi encontrado entre os brancos (R$ 34,41) e entre
os homens (R$ 35,80).
A POF
2017-2018 mostra ainda que famílias cuja pessoa de referência estava na faixa
etária compreendida entre 25 e 49 anos de idade contribuíram com R$ 26,76 per
capita do seu orçamento para consumo em lazer e viagens. Esse valor equivale a
49,6% do total. Na faixa de 50 a 64 anos, a participação foi de 33,3%. Já
idosos (com 65 anos ou mais) corresponderam a 15,1%.
Famílias com
pessoa de referência com ensino superior completo representaram metade do total
do consumo com lazer e viagem, ou o equivalente a 50,2%. Do total de R$ 14,87
de despesa média per capita com lazer, R$ 9,49 (63,8%) se destinaram a eventos
culturais, esportivos e de recreação e R$ 5,39 (36,2%) para leitura, brinquedos
e jogos. Alimentação, transporte e hospedagem responderam por 73,4% das
despesas com viagens esporádicas a lazer, enquanto o item passeios e eventos e
pacotes turísticos nacionais e internacionais representaram 6,6%.
A avaliação
subjetiva para o tópico lazer mostrou proximidade entre os três níveis de
classificação: 35,1% para bom, 30,7% para satisfatório; e 34,1% para ruim. A
POF destaca ainda que entre os 10% da população com os maiores rendimentos, 54%
viviam em famílias que avaliaram seu padrão de lazer como bom e 14% como ruim.
Por outro lado, entre os 40% da população com os menores rendimentos, apenas
29% viviam em famílias que consideraram bom o seu padrão de lazer e 42% viviam
em famílias que avaliaram como ruim.
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