IBGE: 66,2%
tinham acesso a conta-corrente em 2017-2018
Pesquisa de
Orçamentos Familiares foi divulgada hoje pelo instituto
Publicado em
19/08/2021 - 10:02 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
A Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 - Perfil das Despesas, divulgada hoje (19)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 83,3%
dos brasileiros viviam, no período, em famílias onde um ou mais membros tinham
acesso a pelo menos um dos serviços financeiros considerados no estudo: 66,2%
tinham acesso a conta-corrente, 49,9% a cartão de crédito, 55,9% a caderneta de
poupança, e 19,5% a cheque especial. Já 16,7% viviam em famílias que não
declararam acesso a esses serviços, das quais 11,7% eram integrantes de
famílias com pessoas de referência pretas ou pardas e 4,8% eram de famílias com
pessoa de referência branca.
De acordo com
o IBGE, os valores indicam que mais de quatro quintos da população tiveram
acesso a serviços financeiros no país no período pesquisado. A Região Sudeste
apresentou a maior proporção de pessoas com disponibilidade de acesso a pelo
menos um dos serviços financeiros (37,1%).
Dos 83,3%,
73,5% se encontravam na área urbana e 9,8% na área rural. Tomando por base a
pessoa de referência na família, 43,8% tinham entre 25 e 49 anos de idade e
24,4% entre 50 e 64 anos; 36,6% eram brancos e 45,5% pretos e pardos; 50,5%
eram homens e 32,8%, mulheres. A maior parte (27,7%) tinha ensino fundamental
incompleto e 23,2%, ensino médio completo. Apenas 13,5% tinham ensino superior
completo.
Considerando
ainda a proporção de pessoas com disponibilidade de acesso a pelo menos um dos
serviços financeiros disponíveis, a POF 2017-2018 mostra que 21,6% eram
empregados com carteira, 17,6% trabalhavam por conta própria e 22,1% estavam
fora do mercado de trabalho. As famílias eram compostas, em sua maioria, por
mais de um adulto com pelo menos uma criança (37,1%), mais de um adulto sem
criança (24,3%) e por um ou mais idosos com ao menos um adulto com ou sem
criança (14,4%).
No período
analisado, 64% das pessoas viviam em famílias que receberam valores ou tiveram
gastos com, pelo menos, um dos serviços financeiros listados. Por tipos de
despesas ou recebimentos, os percentuais encontrados foram 39,5% para taxas
bancárias, juros de cheque especial e de cartão de crédito, 35,3% para seguros
e 32,1% para empréstimos e parcelamento de imóveis, automóveis e moto.
Per capita
A despesa
mensal per capita, isto é, por indivíduo, com os serviços financeiros, foi de
R$ 124,79 por mês, sendo R$ 115,35 na área urbana e R$ 9,44 na área rural.
Empréstimos e parcelamento de imóveis, automóveis e motos (R$ 95,51 por pessoa)
foram o gasto mais relevante para a composição da despesa per capita mensal com
todos os serviços. Na movimentação financeira per capita mensal, o destaque é para
aplicações (R$ 104,90) e resgate (R$ 75,55). A Região Sudeste concentrou a
maior despesa mensal com serviços financeiros, de R$ 58,73 por indivíduo.
A pesquisa do
IBGE revela que, levando em conta as características das pessoas de referência,
os homens constituíram a maior parcela (85,44%), contra 39,35% de mulheres.
Quando se considera a contribuição das famílias cuja pessoa de referência era
de cor branca, verifica-se que essa foi bem maior em comparação às famílias
cuja líder era da cor preta ou parda. Os valores per capita foram,
respectivamente, de 73,62% e 48,91%. A pesquisa do IBGE mostra também que a
contribuição para esse tipo de despesa com o total dos serviços financeiros foi
maior para as famílias cuja pessoa de referência tinha ensino superior completo
(R$ 52,40).
Bens
duráveis
No que se
refere a bens duráveis, a POF 2017-2018 mostrou que 40,3 milhões (19,5%) de
pessoas viviam no Brasil em domicílios dotados de todos os equipamentos que
compõem os grupos de cozinha e lavanderia, mobiliário, TV e informática e som e
mídias. Entre esses grupos, mobiliário detinha a maior proporção de pessoas que
viviam em domicílios com sofá ou poltronas, armário de roupa e de cozinha
(75,5%), seguido de casas com algum aparelho de som ou mídia (67,4% das pessoas).
Os grupos em que menos pessoas tiveram acesso a bens duráveis foram cozinha e
lavanderia (45,3%) e TV e informática (41,9%).
Mais da metade
das pessoas (52,2%) residentes no Brasil viviam em domicílios sem automóvel,
37,5% residiam em domicílios em que havia algum morador dono de um automóvel e
apenas 10,3% moravam em domicílios com dois ou mais automóveis disponíveis. Em
relação à motocicleta, a grande maioria das pessoas (75%) morava em residências
sem nenhum veículo desse tipo.
A proporção de
pessoas residentes no Sudeste que tinha equipamentos de todos os grupos
pesquisados era de 10,5%. Em geral, brancos eram maioria nas residências com
todos os tipos de equipamentos (11,6%), contra 7,5% de pretos e pardos. Por
sexo, homens constituíam a maior proporção das famílias residentes com todos os
tipos de equipamentos (11,6%), contra 6,6% de mulheres.
Gasto médio
O gasto médio
por pessoa com bens duráveis foi de R$ 37,08 no período analisado pelo IBGE,
sendo 51% (R$ 18,8) destinados à aquisição de aparelhos e equipamentos
elétricos; 6% (R$ 2,05) a equipamentos não elétricos; 39% (R$ 14,37) a móveis;
e 5% (R$ 1,85) a artigos de decoração. De acordo com o grupo etário da pessoa
de referência, a despesa per capita foi distribuída a 53,2% na faixa
compreendida entre 25 e 49 anos de idade e a 28,2% entre 50 e 64 anos de idade.
A análise das
condições da vida familiar em 2017-2018 revela que a proporção de pessoas de
famílias com atraso de, pelo menos, uma conta era de 46,2% no Brasil, com 17,9%
no Sudeste e 14,4% na Região Nordeste. Apresentavam atraso no pagamento do
aluguel ou prestação de imóvel 7,8%, na conta de luz, gás e água, 37,5% na
prestação de bens ou serviços. Por outro lado, 53,8% declararam estar sem
atraso no pagamento de contas.
Os graus de
satisfação em relação à renda familiar variaram de 72,4% para brasileiros que
enfrentavam algum nível de dificuldade para pagar suas despesas mensais até
27,6% para algum grau de facilidade. Dos 72,4%, 44,4% da população eram membros
de famílias com a pessoa de referência de cor preta ou parda e 27% integrantes
de famílias com a pessoa de referência branca. A pesquisa apurou que o grau de
satisfação com a renda aumenta de acordo com a elevação do grau de escolaridade
da pessoa de referência da família. Até o ensino fundamental completo, o grau
de dificuldade era de 41,6%, caindo para 9% com ensino superior completo.
Agência Brasil
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