IBGE: mulheres
somavam 52,2% da população no Brasil em 2019
Dados são da
Pesquisa Nacional de Saúde divulgada hoje pelo instituto
Publicado em
26/08/2021 - 10:00 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de
Janeiro
As mulheres
correspondiam, em 2019, a 52,2% (109,4 milhões) da população residente no
Brasil, além de serem maioria entre a população idosa (56,7%). É o que revela a
Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS), divulgada hoje (26) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A sondagem foi
realizada em parceria com o Ministério da Saúde. Foram entrevistadas mulheres
de 15 anos ou mais de idade na pesquisa. Em 2013, o alvo da sondagem foram
mulheres a partir de 18 anos de idade.
Preventivo de
câncer
O exame
preventivo de câncer de colo de útero, conhecido como Papanicolau, foi feito
por 81,3% das mulheres de 25 a 64 anos de idade há menos de três anos da data
da entrevista; e em 2013, foram 78,7%. Os maiores percentuais foram encontrados
nas regiões Sul (84,8%) e Sudeste (84,1%), enquanto as regiões Norte (79%),
Centro-Oeste (78,8%) e Nordeste (76,4%) ficaram abaixo da média nacional.
O percentual
nacional foi maior para as mulheres com ensino superior completo (90,4%) do que
para o grupo sem instrução até o nível fundamental incompleto (72,5%). Pela
análise do rendimento, a pesquisa apurou que o percentual de mulheres que
fizeram o exame variou de 72,9% (sem rendimento até um quarto do salário
mínimo) até 93,8% (mais de cinco salários mínimos).
Entre as
mulheres de 25 a 64 anos de idade, 6,1% revelaram nunca ter feito o exame
preventivo, 45,1% declararam não achar necessário, 14,8% disseram não terem
sido orientadas a fazer o exame e 13,1% declararam ter vergonha de fazê-lo.
Outras 7,3% das entrevistadas afirmaram não ter feito o exame por dificuldades
em relação ao serviço de saúde.
Mamografia
Cerca de 58,3%
das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia há menos de dois anos da data
da entrevista, percentual mais alto que o de 2013 (54,3%). Metade destas fez o
exame no Sistema Único de Saúde (SUS).
O maior
percentual de mulheres que realizaram o exame de mamografia foi encontrado no
Sudeste (65,2%), resultado semelhante ao de 2013. Em contrapartida, a PNS
constatou que apesar da melhora frente a 2013, nas regiões Norte (43,2%) e
Nordeste (49,5%), menos de 50% das mulheres de 50 a 69 anos haviam realizado a
mamografia no período de menos de dois anos. O percentual de mulheres dessa
faixa etária que fizeram mamografia aumenta conforme a renda é maior: 83,7%
para renda acima de cinco salários mínimos, contra 42,9% para mulheres sem
rendimento até um quarto do salário mínimo.
Entre as
mulheres sexualmente ativas nos últimos 12 meses, de 15 a 49 anos de idade,
cerca de 80,5% usavam algum método para evitar gravidez. Dessas, 40,6% usavam
pílula como método mais eficaz, 20,4% a camisinha masculina, 17,3% haviam feito
laqueadura, 9,8% usavam injeção, 5,6% adotavam a vasectomia do parceiro, 4,4%
DIU, 1,2% usavam tabelinha ou outro método anticonceptivo tradicional, como
coito interrompido, e 0,6% adotavam outro método moderno, como a camisinha
feminina, por exemplo.
As mulheres
que disseram querer engravidar ou não se incomodavam de engravidar na faixa
etária de 15 a 49 anos de idade somavam, em 2019, percentual de 47,3%.
No Brasil, 4,7
milhões de mulheres de 15 anos ou mais de idade deram à luz entre 29 de julho
de 2017 e 27 de julho de 2019. No parto, 87,2% delas foram atendidas por
médico(a), 10,4% por enfermeiros(as) e 1% por parteiras. Do total, 98,2%
afirmaram ter realizado consulta pré-natal, o que corresponde a 4,6 milhões de
gestantes que tiveram consulta pré-natal durante a gravidez, mostrou o IBGE.
Alimentação
A pesquisa
investigou também os hábitos alimentares, vacinação e exames neonatais de 4,7
milhões de crianças nascidas entre 29 de julho de 2017 e 27 de julho de 2019,
correspondendo, naquele ano, a 2,26% da população menor de 2 anos de idade.
O levantamento
mostrou que 27,8% das crianças com idade inferior a 6 meses de idade na data de
entrevista, no Brasil, foram alimentadas exclusivamente com leite materno.
Apurou ainda que 57,8% das crianças com menos de 2 anos de idade comiam à época
biscoitos, bolachas ou bolo; 25% comiam doces, balas ou outros alimentos com
açúcar; 11,5% tomavam refrigerante e 16,9% haviam ingerido suco artificial.
O teste do
pezinho, usado para detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas ou
infecciosas nos bebês, realizado por meio da análise de amostras de sangue
coletadas do calcanhar da criança, foi efetuado no país, em 2019, por 73% das
crianças com menos de 2 anos de idade até o quinto dia após o nascimento. As
maiores proporções ocorreram nas regiões Sul (88,5%), Sudeste (83,5%) e
Centro-Oeste (78,5%), enquanto as regiões Nordeste (57,7%) e Norte (54,9%)
apresentaram proporções abaixo da média nacional. Na área urbana, a proporção
foi maior (75,6%) do que na área rural (60,1%).
Segundo a PNS
2019, 64,4% das crianças com menos de 2 anos de idade receberam três doses da
vacina pentavalente, que evita tétano, hepatite B, coqueluche, difteria e
meningite, e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae
tipo B.
Em relação à
imunização contra poliomielite, ou paralisia infantil, a PNS estimou que em
2019, 64,2% das crianças com menos de dois anos de idade receberam três doses
dessa vacina e 42,7% das crianças com menos de dois anos de idade tinham tomado
uma dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e
rubéola.
Homens
Em 2019, cerca
de 64,6% dos homens com 15 anos ou mais de idade já eram pais. A idade média
deles, quando o primeiro filho nasceu, era de 25,8 anos. Entre os homens de 15
a 29 anos, o percentual de homens com filho foi de 19%. Na faixa de 30 a 39
anos, o número variou de 67,5% na área urbana a 76,9% na área rural. Já nas
faixas de idade de 40 a 59 anos e de 60 anos ou mais, o percentual atingiu
85,3% e 91,4%, respectivamente. Entre os homens com 40 anos ou mais de idade,
mais de 80% já haviam tido pelo menos um filho, independente da região onde se
encontravam.
O número médio
de filhos foi de 1,7 para os homens que tinham 15 anos ou mais de idade em
2019. Esse valor variou segundo a faixa de idade. Entre os homens com 15 a 29
anos, que estão no início da vida reprodutiva, o número médio de filhos foi de
0,3, subindo para 1,3 filho no grupo de 30 a 39 anos. Para os homens de 40 a 59
anos, a média foi de 2,1 filhos tidos, com 2 filhos na área urbana e 2,6 filhos
na área rural amplia. Já os homens com 60 anos ou mais, além de apresentarem o
maior número médio de filhos (3,6), foram também os que apresentaram a maior
diferença entre urbano (3,3) e rural (5).
A PNS
perguntou sobre a vontade de ser pai aos homens cuja parceira estava grávida ou
o último filho tinha menos de 6 anos. No grupo etário dos 15 aos 34 anos, cerca
de 27,3% dos consultados afirmaram que gostariam de ter esperado mais para ter
o filho. Entre aqueles com 35 anos ou mais, 10,4% não queriam ter filho ou não
queriam ter mais filhos.
As entrevistas
para a PNS 2019 foram feitas entre os dias 26 de agosto de 2019 e 13 de março
de 2020.
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