Inflação pelo IPCA sobe 0,96% em julho; INPC acelera para
1,02%
Acumulado do IPCA nos últimos 12 meses é de 8,99%
Publicado em 10/08/2021 - 12:41 Por Akemi Nitahara –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), que mede o reajuste nos preços para as famílias com
renda entre um e 40 salários mínimos, subiu 0,96% em julho, o maior resultado
para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. Os dados foram divulgados
hoje (10), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
No ano, o indicador acumula alta de 4,76% e, em 12 meses, 8,99%,
ficando acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (8,35%). É a
maior taxa desde maio de 2016, quando o IPCA ficou em 9,32% em 12 meses. Em
julho do ano passado, a taxa mensal foi de 0,36% e, em junho de 2021, de 0,53%.
Segundo o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta no mês, com o maior impacto vindo do aumento de 3,10% na habitação, grupo pressionado pela alta de 7,88% na energia elétrica.
Por região, o reajuste tarifário da energia elétrica foi de
11,38% em São Paulo, 8,97% em Curitiba e 9,08% em uma das concessionárias de
Porto Alegre. Em 12 meses, a energia elétrica acumula reajuste de 20,09%.
Segundo o analista da pesquisa, André Almeida, esse custo
muitas vezes é repassado pelo comércio ao consumidor final, com o peso grande
da energia elétrica.
“Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas
de abrangência do índice, a gente teve o aumento de 52% no valor adicional da
bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes, o acréscimo nessa
bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir
de julho, esse acréscimo passou a ser de R$ 9,49”, explicou.
Destacou, a seguir, o aumento no grupo dos transportes, que
subiram 1,52%, puxados pelas passagens aéreas, que aumentaram 35,22% depois da
queda de 5,57% em junho. O transporte por aplicativo passou de -0,95% para
9,31% de um mês para o outro e o aluguel de veículo foi de 3,99% em junho para
9,34% em julho.
Os combustíveis aceleraram 1,24% em julho, depois de
subirem 0,87% em junho. A gasolina teve alta de 1,55% no mês e acumula reajuste
de 39,65% em 12 meses. O etanol caiu 0,75% no mês, mas teve aumento de 57,27%
em 12 meses. O óleo diesel subiu 0,96% no mês e 36,35% em 12 meses.
Alimentos e bebidas
O grupo alimentos e bebidas subiu 0,60%, acima da taxa de
junho (0,43%). O item alimentação no domicílio passou de 0,33% em junho para 0,78%
em julho, puxado pela alta do tomate (18,65%), do frango em pedaços (4,28%), do
leite longa vida (3,71%) e das carnes (0,77%). As quedas no mês foram
verificadas no preço da cebola (-13,51%), batata-inglesa (-12,03%) e do arroz
(-2,35%).
O acumulado em 12 meses ficou em 42,96% para o tomate,
34,28% nas carnes, 21,88% no frango em pedaços e 11,29% para o leite longa
vida. A cebola teve queda de 40,38% em 12 meses e a batata-inglesa diminuiu
19,71%. O arroz, apesar da queda no mês, tem alta de 39,69% em 12 meses.
Segundo Almeida, vários fatores contribuíram para a alta da inflação.
“Ao longo dos últimos 12 meses tivemos uma alta nos
combustíveis e na energia elétrica, itens que pesam bastante no orçamento das
famílias. A gasolina é o item com maior peso no IPCA. As carnes também, todos
esses fatores contribuíram para esse aumento”, explicou o analista.
O único grupo que teve queda nos preços em julho foi o de
saúde e cuidados pessoais. Ficou 0,65% mais barato com a redução dos preços dos
planos de saúde (-1,36%), após a autorização da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) do reajuste negativo de -8,19%, justificada pela diminuição
da utilização de serviços de saúde suplementar durante a pandemia.
Por região, entre as 16 capitais pesquisadas, o maior
índice foi anotado em Curitiba (1,60%) e o menor resultado foi o de Aracaju
(0,53%).
INPC acelera 1,02%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede
a inflação para as famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos,
acelerou para 1,02% em julho, após a alta de 0,60% em junho. A alta acumulada
em 12 meses é de 9,85%, acima dos 9,22% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Em julho do ano passado, o indicador ficou em 0,44%.
O acumulado de 12 anos no INPC vem numa curva crescente
desde julho de 2020, quando a taxa acumulada estava em 2,69%.
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