Pesquisa
Industrial vê queda em junho de dez dos 15 locais analisados
Resultado é o
mais intenso desde abril de 2020 (-27,1%)
Publicado em
11/08/2021 - 11:39 Por Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil -
Rio de Janeiro
Dez dos 15
locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) registraram
queda na produção industrial em junho. Os principais recuos foram no Paraná
(5,7%) e no Pará (5,7%). A redução em São Paulo (0,9%) também pesou no resultado.
O Paraná marcou a terceira queda consecutiva e acumulou no período retração de
10,2%.
O Pará
intensificou a redução de 2,4% registrada em maio. Os outros estados que
tiveram queda na produção em junho foram Pernambuco (2,8%), Mato Grosso (1,9%),
Espírito Santo (1,6%), Goiás (1,1%), Rio Grande do Sul (0,9%), Minas Gerais
(0,6%) e Santa Catarina (0,3%).
Os números
foram divulgados hoje (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Na terça-feira passada (3), o IBGE já tinha
informado que a produção nacional teve variação nula no mês, após crescer 1,4%
em maio.
Para Bernardo
Almeida, gerente da pesquisa hoje divulgada, a alta de maio aconteceu após
alguma flexibilização das medidas de isolamento social em relação a abril,
quando houve mais interrupções na cadeia produtiva causadas pela pandemia de
covid-19. "Já o resultado de junho, mostrando estabilidade, demonstra mais
realisticamente o ambiente em que se encontra a indústria nacional",
explicou.
Influência
negativa
O recuo de
5,7% no Paraná foi a principal influência negativa no indicador e o local com
maior queda absoluta. O resultado em junho é também o mais intenso desde abril
de 2020 (-27,1%), no auge do fechamento das unidades industriais por conta da
pandemia.
Conforme a pesquisa, o índice de junho foi puxado pelo baixo desempenho dos setores de veículos e de derivados do petróleo. “Foi a terceira taxa negativa seguida para o estado do Sul, com perda acumulada de 10,2%”, informou o IBGE.
O Pará foi o
outro local com maior recuo absoluto e representou a terceira principal
influência no resultado geral. O setor de metalurgia foi a principal influência
na queda no mês, mas os setores de celulose, papel e produtos de papel e o de
produtos minerais não metálicos também contribuíram para a queda no Pará, que
anotou a segunda taxa negativa seguida. No período, a perda acumulada é de 7,9%
no Pará.
Com queda de
0,9%, atribuída principalmente ao setor de veículos, atividade mais forte do
estado que é o maior parque industrial do país, São Paulo foi a segunda
principal influência de retração no mês, embora se mantenha acima do patamar
antes da pandemia. “O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também
contribuiu, com desempenho abaixo”, afirmou o gerente da pesquisa.
Avanços
Dois locais
foram destaques na expansão. Com a alta de 10,5%, a Bahia teve a segunda taxa
positiva consecutiva e a mais elevada desde julho de 2020 (11,7%). A Região
Nordeste (6,4%) interrompeu seis meses seguidos de queda na produção. Nesse
período acumulou perda de 21,1%.
Os demais
resultados positivos em junho ficaram com o Amazonas (4,4%) e o Ceará (3,8%).
Por causa da importância, a alta do Rio de Janeiro (2,8%), exerceu a maior
influência nos números positivos da indústria. O bom desempenho de metalurgia e
do setor de derivados do petróleo no mês levou o estado a anotar a terceira
taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 10,3% no período.
A segunda
maior influência positiva no indicador, o resultado na Bahia foi puxado pelo
bom resultado do setor de derivados do petróleo, muito atuante na indústria
baiana. O ganho acumulado atingiu 11,1%. Os números do estado ajudaram o
desempenho positivo da Região Nordeste, onde os setores de derivados de
petróleo e o de couro, artigos de viagens e calçados também contribuíram para a
elevação. O Amazonas (4,4%) e o Ceará (3,8%) completam os locais com alta na
produção industrial no mês.
Antes da
pandemia
A pesquisa indicou, ainda, que, em junho, Minas Gerais (15,5%), Amazonas (9,4%), Santa Catarina (6,1%), Rio de Janeiro (4,2%) e São Paulo (3,4%) estão acima do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020.
De acordo com
o IBGE, somente Minas Gerais se manteve acima do patamar desde que começou em
julho de 2020 esta análise de comparação com o patamar pré-pandemia. São Paulo
entrou em setembro e vem se mantendo.
Comparação
anual
Em relação a
junho do ano passado, quando houve crescimento nacional de 12%, dez dos 15
locais pesquisados tiveram alta. Em grande parte, segundo Bernardo Almeida, o
resultado foi influenciado pela baixa base de comparação.
“Em junho de
2020, o setor industrial foi pressionado pelo aprofundamento das paralisações
ocorridas em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento
de isolamento social por conta da pandemia de covid-19”, disse, destacando que
junho de 2021 teve o mesmo número de dias úteis que junho de 2020 (21 dias).
Ainda na
comparação, o Espírito Santo (34,3%) e o Ceará (31,1%) apresentaram as maiores
altas. Amazonas (24%), Santa Catarina (23,2%), Minas Gerais (23,1%), Rio de
Janeiro (15,3%), São Paulo (14,6%) e Rio Grande do Sul (13,4%) também tiveram
avanços mais expressivos do que a média da indústria nacional. O Paraná (8,2%)
e a Região Nordeste (3,5%) completam o conjunto de locais com aumento na
produção em junho.
Já nos recuos
o Pará (8%) e a Bahia (7,9%) apontaram as maiores quedas, seguidos por Mato
Grosso (6,9%), Goiás (4,2%) e Pernambuco (2,7%).
Como é a
pesquisa
Segundo o
IBGE, desde a década de 1970, a pesquisa PIM Regional produz indicadores de
curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa
e de transformação.
O estudo
mostra, mensalmente, índices de 14 unidades da federação cuja participação é
de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e,
também, para o Nordeste.
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