Gregório
de Matos definiu, no século XVII, o amor e a sensualidade carnal.
O Amor
é finalmente um embaraço de pernas, união de barrigas, um breve tremor de
artérias.
Uma
confusão de bocas, uma batalha de veias, um rebuliço de ancas, quem diz outra
coisa é besta.
(VAINFAS,
R. Brasil de todos os pecados. Revista de História. Ano1. n°1. Rio de Janeiro: Biblioteca
Nacional. nov. 2003)
Vilhena
descreveu ao seu amigo Filopono, no século XVIII, a sensualidade nas ruas de
Salvador.
Causa
essencial de muitas moléstias nesta cidade é a desordenada paixão sensual que
atropela e relaxa o rigor da Justiça, as leis divinas, eclesiásticas, civis e criminais.
Logo que anoitece, entulham as ruas libidinosos, vadios e ociosos de um e outro
sexo. Vagam pelas ruas e, sem pejo, fazem gala da sua torpeza.
(VILHENA.
L.S. A Bahia no século XVIII. Coleção Baiana. v.1. Salvador: Itapuã, 1969 -
adaptado)
A
sensualidade foi assunto recorrente no Brasil colonial. Opiniões se dividiam
quando o tema afrontava diretamente os “bons costumes”. Nesse contexto,
contribuía para explicar essas divergências:
A) a
busca do controle do corpo por meio de discurso ambíguo que associava sexo,
prazer, libertinagem e pecado.
0 Comentários