O
suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na
fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o
atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em
livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu
Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase
toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam
apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas
estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas
cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível;
nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa
qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância
que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”. Em
1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo
de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos
seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o
interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos.
(DAVATZ,
T. Memórias de um colono no Brasil.
São
Paulo: Livraria Martins, 1941 - adaptado)
O impacto
das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes
europeus foi importante, porque:
A) o
percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou
em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era
plantado nas proximidades da capital, São Paulo.
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