O período entre o final do século XIX e o início do século XX foi de intenso fluxo migratório em todo o mundo; no entanto, muitos países passaram a restringir a entrada de imigrantes japoneses, justificando que estes concorriam com a mão de obra local e prejudicariam o mercado de trabalho. Na verdade, havia um grande preconceito racial contra os orientais nessa época. Na imprensa, nos meios políticos e nos locais onde se debatia a opinião pública, houve um intenso debate acerca da imigração oriental. Influenciados pela campanha antinipônica e pelas ideias racistas que circulavam no mundo, muitos cafeicultores, políticos e intelectuais brasileiros enxergavam os orientais como “racialmente inferiores” e preferiam trazer trabalhadores brancos e europeus, a fim de “branquear” a população mestiça brasileira. Esse retrospecto contraria o mito do Brasil republicano como um “paraíso inter-racial”.
(Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo.
Disponível em: <http://www.bv.sp.gov.br> Acesso em: 5 nov. 2008 - com adaptações)
Entre os principais líderes brasileiros, a introdução do imigrante japonês estava longe de ser uma unanimidade. Segundo o texto, essa controvérsia tem origem:
A) no medo de que a miscigenação com os japoneses comprometesse o mercado de trabalho brasileiro.
B) no intenso fluxo migratório de europeus para a América do Norte.
C) no preconceito racial contra os orientais e na preferência por imigrantes brancos e europeus, que possibilitariam o branqueamento da população mestiça.
D) na ideia de que o Brasil, por ser um país republicano, valorizava a miscigenação entre mestiços e japoneses.
E) na ausência de motivos que justificassem a restrição à imigração japonesa.