Chegança
Sou
Pataxó,
Sou
Xavante e Carriri,
Ianomâmi,
sou Tupi
Guarani,
sou Carajá.
Sou
Pancaruru,
Carijó,
Tupinajé,
Sou
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô,
Tupinambá
Eu
atraquei num porto muito seguro,
Céu
azul, paz e ar puro...
Botei
as pernas pro ar.
Logo
sonhei que estava no paraíso,
Onde
nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de
repente me acordei com a surpresa:
Uma
esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da
grande-nau
Um
branco de barba escura,
Vestindo
uma armadura me apontou pra me pegar.
E
assustado dei um pulo da rede,
Pressenti
a fome, a sede,
Eu
pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me
de Borduna já na mão.
Aí,
senti no coração,
O
Brasil vai começar.
(NÓBREGA,
A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998)
A
letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização
brasileira, as relações de poder entre portugueses e
povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito:
A) da
democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre
portugueses e nativos no período anterior ao início da colonização brasileira.
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