Renda
habitual do trabalhador teve queda de 6,6% no segundo trimestre
A renda
efetiva, no mesmo período, teve alta de 0,9%
Publicado em
17/09/2021 - 11:30 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
Estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado hoje (17), mostra
que houve queda de 6,6% na renda habitual e aumento de 0,9% na renda efetiva do
trabalhador brasileiro no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo
trimestre do ano passado, o pior momento do mercado de trabalho durante a
pandemia da covid-19.
O levantamento
Retrato dos Rendimentos e Horas Trabalhadas durante a Pandemia tomou como base
os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) e
da Pnad Covid, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Segundo a
análise do Ipea, os trabalhadores por conta própria tiveram o maior impacto em
suas rendas, com crescimento de 19,5% na renda efetiva no segundo trimestre de
2021, na comparação com o mesmo trimestre de 2020. No segundo trimestre deste
ano, eles receberam 76% do habitual. Os trabalhadores com carteira do setor
privado tiveram aumento de 2% na renda efetiva, enquanto para os trabalhadores
sem carteira, a alta foi de 6,9%.
“A análise
mostra que, apesar da melhora nos rendimentos no segundo trimestre deste ano, a
recuperação ainda é lenta. O afastamento da ocupação atinge 16,26% dos
trabalhadores, afetando mais de 13,5 milhões”, disse, em nota, o pesquisador do
Ipea e autor do estudo, Sandro Sacchet.
A Região
Nordeste foi a que teve a renda mais afetada pela segunda onda da pandemia, com
queda de 2,6% na renda efetiva no segundo trimestre de 2021. Na análise por
gênero, o crescimento da renda efetiva das mulheres (1,4%) foi superior ao dos
homens (0,48%), no mesmo período.
De acordo com
o estudo, apesar do grande número de domicílios sem renda do trabalho, no
segundo trimestre de 2021 houve pequena redução nesse percentual, em relação ao
primeiro trimestre deste ano, de 29,3% para 28,5%, o que demonstra lenta
recuperação no nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as
famílias de renda mais baixa.
A renda dos
jovens adultos - de 25 a 39 anos de idade - foi a mais afetada pela pandemia,
com queda de 3,2% nos rendimentos efetivos reais médios no segundo trimestre
deste ano. Em contrapartida, os rendimentos dos ocupados com mais de 60 anos de
idade cresceram 1,3% no período, influenciados pela alta proporção de
trabalhadores por conta própria nessa faixa etária.
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