Clima deve dominar cúpula do G20 antes de conferência da
ONU
Líderes do grupo fazem reunião presencial no fim de semana
Publicado em 28/10/2021 - 11:11 Por Crispian Balmer -
Repórter da Reuters* - Roma
Se for para as conversas climáticas de novembro em Glasgow, na Escócia, terem sucesso, os primeiros sinais de progresso podem surgir neste final de semana, quando líderes das 20 maiores economias do mundo realizam sua primeira reunião presencial em dois anos.
Há obstáculos pelo caminho. O G20 está dividido em questões
como a eliminação gradual do carvão e a limitação do aquecimento global a 1,5
grau Celsius, o que dá aos diplomatas pouco tempo para acertar um acordo antes
do encontro sobre o clima, nos dias 30 e 31 de outubro.
Muitos dos líderes que irão a Roma, incluindo o presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, voarão em seguida para a Escócia, para a
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), que é
considerada vital para se enfrentar a ameaça da elevação das temperaturas.
A COP26 envolve quase 200 países, mas o G20, que inclui
Brasil, China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, é a força dominante,
respondendo por mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, 60% de sua
população e cerca de 80% das emissões globais de gases de efeito estufa.
"Acabou o tempo das gentilezas diplomáticas. Se os
governos, especialmente os do G20, não se pronunciarem e liderarem esse
esforço, estamos a caminho de um sofrimento humano terrível", disse o
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na
semana passada.
Contrariando as esperanças de uma reação robusta do G20, as
expectativas de Biden, de seguir para a Europa com um acordo doméstico forte a
respeito da política do clima, diminuem muito por causa de divisões políticas a
respeito de um pacote de gastos mais abrangente.
Para aumentar a decepção da anfitriã Itália, os líderes da
China, do Japão, México, da Rússia e Arábia Saudita decidiram não comparecer à
reunião, que será realizada em um subúrbio de Roma chamado EUR, construído pelo
ditador fascista Benito Mussolini.
Segundo relatos, o presidente chinês, Xi Jinping, e o
presidente russo, Vladimir Putin, teriam desistido por causa de temores
relativos à pandemia de Ccvid-19, mas devem acompanhar os debates por
videoconferência, disseram diplomatas.
A covid-19 transformou a cúpula do G20 no ano passado em
evento virtual, e suas consequências ainda presentes terão destaque nas
conversas em Roma, nas quais a Itália está determinada a fazer as grandes
economias coordenarem a recuperação global.
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