Coreia do Norte confirma lançamento de míssil e ONU convoca
reunião
Conselho de Segurança da organização se reúne hoje
Publicado em 20/10/2021 - 09:21 Por RTP - Nova York
RTP - Rádio e Televisão de Portugal
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) realiza nesta quarta-feira (20) reunião de emergência para discutir o
lançamento de mísseis balísticos, a partir de submarinos, pela Coreia do Norte.
A notícia de lançamento do último míssil foi dada ontem pela Coreia do Sul e
confirmada hoje por Pyongyang.
A Coreia do Norte confirmou que testou, com sucesso, um
novo míssil balístico a partir de um submarino na terça-feira.
O meio de comunicação estatal KCNA informou que o míssil
foi disparado de um submarino, o mesmo utilizado no primeiro teste estratégico de
mísseis balísticos, em 2016. O míssil partiu da localidade de Sinpo, no leste
da Coreia do Norte, e voou cerca de 450 quilômetros (km), atingindo uma altura
de 60 km.
Pyongyang tem desenvolvido vários testes com mísseis nas
últimas semanas, lançando armas hipersônicas e de longo alcance. A imprensa
estatal afirmou que a arma testada nesta terça-feira estava equipada com
“muitas tecnologias avançadas de controle e orientação”, o que pode dificultar
o seu monitoramento.
Os mísseis balísticos são considerados mais perigosos e
ameaçadores do que os misseis de cruzeiro, uma vez que podem transportar maior
peso, têm mais alcance e são mais rápidos. Por essa razão, os testes com
mísseis balísticos e com armas nucleares são proibidos pelas Nações Unidas.
Reunião de emergência
O lançamento do novo míssil levou à convocação de uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU. A sessão, que será realizada hoje à porta fechada, foi solicitada pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos (EUA).
Enquanto isso, chefes de inteligência sul-coreanos,
japoneses e norte-americanos estão reunidos em Seul para discutir o tema. O
enviado dos EUA à Coreia do Norte, Sung Kim, apelou novamente para o reinício
das conversações bilaterais.
Aindanesta semana, Sung Kim reiterou a posição do governo
do presidente dos EUA, Joe Biden, de que está aberto a encontros com Pyongyang
sem pré-condições.
As negociações anteriores entre os EUA e a Coreia do Norte
foram suspensas devido a divergências fundamentais sobre desnuclearização, que
não permitiram chegar a um acordo. Os EUA querem que a Coreia do Norte abra mão
das suas armas nucleares antes de avançar para um alívio das restrições, mas
Pyongyang recusou até agora.
Em comunicado ontem, o comando norte-americano do
Indo-Pacífico disse estar ciente do último lançamento de um míssil balístico
por parte da Coreia do Norte e que trabalharia em estreita colaboração com os
aliados regionais para monitorar a situação.
"Os Estados Unidos condenam essas ações e apelam à
Coreia do Norte para se abster de novos atos desestabilizadores", diz o
comunicado. "O compromisso dos EUA com a defesa da Coreia do Sul e do
Japão continua de pé", acrescenta a nota.
Do lado de Pyongyang, por sua vez, o dirigente norte-coreano
responsabilizou, na semana passada, os EUA pela tensão na península coreana e
afirmou que Washington é a "causa profunda" da instabilidade na
região.
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