Coreia do
Norte dispara míssil balístico para o mar do Japão
Lançamento
foi feito a partir de um submarino
Publicado em
19/10/2021 - 10:16 Por RTP - Seul
RTP - Rádio e
Televisão de Portugal
A Coreia do
Sul informou que a Coreia do Norte lançou um míssil balístico para o mar do
Japão. Pyongyang tem desenvolvido vários testes com mísseis nas últimas
semanas, incluindo um com armas hipersônicas e de longo alcance.
O lançamento
partiu da localidade de Sinpo, no leste da Coreia do Norte, e teria sido
lançado a partir de um submarino ou de uma plataforma submersa, dizem os
analistas.
Alguns dos
testes realizados pela Coreia do Norte estão proibidos pelas Nações Unidas,
como os de mísseis balísticos e com armas nucleares.
Os mísseis
balísticos são considerados mais perigosos e ameaçadores do que os misseis de
cruzeiro, uma vez que podem transportar maior peso, têm mais alcance e são mais
rápidos.
O míssil
lançado hoje tinha sido apresentado em janeiro por Pyongyang como “a arma mais
poderosa do mundo”. A Coreia do Sul também anunciou ter armamento semelhante há
apenas algumas semanas, numa corrida às armas em plena Península coreana.
Tecnicamente,
as Coreias continuam em guerra, uma vez que a Guerra da Coreia, que dividiu a
península em dois países, terminou em 1953 com um armistício.
A informação
sobre o lançamento do míssil foi confirmada por responsáveis militares da
Coreia do Sul, que acreditam que o míssil em causa voou cerca de 450 quilômetros
e atingiu altura de 60 quilômetros.
“Os nossos
militares estão monitorando de perto a situação e mantendo uma postura de
prontidão, em estreita colaboração com os Estados Unidos, de forma a preparar
possíveis lançamentos”, adiantam os chefes militares em Seul, em comunicado.
O Japão já
reagiu. O primeiro-ministro Fumio Kishida considera que o lançamento dos
mísseis balísticos e os testes realizados por Pyongyang são “lamentáveis”.
Esforços
diplomáticos
Esta não é a
primeira vez que a Coreia do Norte testa um míssil a partir de uma plataforma
subaquática. Em outubro de 2019, o país lançou o míssil submarino Pukguksong-3.
A agência estatal de notícias KCNA informou que a ação pretendia minimizar uma
“ameaça externa”.
O míssil foi
lançado em trajetória vertical, mas se tivesse percorrido um percurso padrão
poderia ter atingido o território da Coreia do Sul ou do Japão.
Por outro lado, os mísseis lançados a partir de submarinos ou plataformas submersas podem fazer com que esses lançamentos sejam mais difíceis de detectar de forma prematura.
Desde que Kim
Jong-un assumiu a liderança, o país tem efetuado vários testes de armamento e
reforçado o arsenal militar, apesar das sanções internacionais devido aos
programas de armamento nuclear e de mísseis balísticos.
Sung Kim,
representante especial dos Estados Unidos para questões da Coreia do Norte, tem
apelado nos últimos dias às conversações diplomáticas entre os países
envolvidos.
"Não
temos qualquer intenção hostil em relação à Coreia do Norte e esperamos
realizar um encontro" sem condições prévias, disse o diplomata ainda na
segunda-feira (19), ao final de uma reunião com um responsável norte-coreano,
Noh Kyu-duk.
Em 2018, o
líder norte-coreano Kim Jong-un foi o primeiro da história a se reunir com um
presidente norte-americano - Donald Trump - primeiro em Singapura e depois em
Hanói, já em fevereiro de 2019. Meses mais tarde, durante viagem à Ásia, Trump
fez uma visita inesperada à zona desmilitarizada entre as Coreias, em junho de
2019, onde voltou a se encontrar com o líder norte-coreano.
No entanto,
esses encontros foram pouco proveitosos, uma vez que não foi possível alcançar
um acordo para o levantamento de sanções contra o regime norte-coreano, ou um
compromisso por parte da Coreia do Norte para a contenção dos programas nuclear
e de mísseis balísticos.
Desde então,
nos últimos dois anos, os lançamentos e o programa de mísseis balísticos
prosseguiu, apesar das dificuldades econômicas e de um bloqueio territorial no
país autoimposto devido à pandemia.
Estados
Unidos
As Forças
Armadas dos Estados Unidos condenaram hoje o lançamento, pela Coreia do Norte,
do míssil balístico disparado a partir de um submarino e apelaram a Pyongyang
para "se abster de novos atos desestabilizadores".
"Estamos
cientes do lançamento [feito hoje] de manhã de um míssil balístico
norte-coreano para o mar do Japão e estamos em consultas com a Coreia do Sul e
o Japão", disse, em comunicado, o comando norte-americano do
Indo-Pacífico.
"[O
acontecimento de hoje] não constitui ameaça imediata ao pessoal
norte-americano, ao nosso território ou aos nossos aliados", destacou.
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