IBGE: aumenta emprego formal e informal, mas cai rendimento
médio
Trabalho com carteira assinada subiu 4,2%; sem carteira
aumentou 10,1%
Publicado em 27/10/2021 - 12:20 Por Akemi Nitahara –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no
setor privado somou 31 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em
agosto, uma alta de 4,2% na comparação com o trimestre encerrado em maio e de
6,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já os empregados sem carteira
assinada no setor privado ficaram em 10,8 milhões, uma alta de 10,1% no trimestre
e de 23,3% no ano, as maiores variações da série histórica.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
Contínua Mensal, divulgados hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A taxa de desocupação fechou o trimestre móvel encerrado em
agosto em 13,2%, queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre
terminado em maio, ficando em 13,7 milhões de pessoas.
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o
nível de ocupação se recuperou e passou de 50%, depois de chegar a 46,8% em
agosto de 2020. Porém, ela destaca que a base de comparação de um ano atrás
estava muito baixa.
“Os percentuais de variações nas comparações anuais estão
bastante significativos, obviamente que pela recuperação em si do mercado de
trabalho, que temos observado nos últimos meses, mas também a base de
comparação com agosto de 2020, que foi o momento em que as condições de
ocupação eram as mais baixas da série. Foi um ponto bastante deprimido da série
de ocupação, com 81,7 milhões de pessoas. Agora, a gente tem 90,2 milhões de
pessoas ocupadas.”
O número de empregadores foi de 3,8 milhões em agosto,
estável nas duas comparações. Os empregados no setor público somaram 11,6
milhões de pessoas, incluindo estatutários e militares, uma queda de 3,1%. As
trabalhadoras domésticas somam 5,5 milhões, um aumento de 9,9% em relação ao
trimestre encerrado em maio e mais 21,2% na comparação com agosto de 2020.
Informalidade
O número de trabalhadores por conta própria ficou em 25,4 milhões
de pessoas, recorde da séria histórica, com altas de 4,3% no trimestre e de
18,1% na comparação anual. A taxa de informalidade foi de 41,1% da população
ocupada no trimestre, o que equivale a 37,1 milhões de trabalhadores informais
no país. No trimestre encerrado em maio, a taxa ficou em 40% e no mesmo
trimestre de 2020 estava em 38%.
Adriana ressalta que, apesar da expansão das pessoas
ocupadas, o rendimento real habitual caiu 4,3% na comparação trimestral e 10,2%
na anual, ficando em R$ 2.489 em agosto, as maiores quedas percentuais da série
histórica, reflexo do aumento da informalidade.
“A gente tem um processo de crescimento significativo dos
contingentes, então numericamente tem uma população ocupada que de fato avança
bastante, mas por outro lado tem indicadores associados ao conjunto da força de
trabalho que ainda apresentam um quantitativo que é desfavorável. A gente está
operando com rendimento em queda, ou seja, embora haja mais pessoas
trabalhando, a remuneração desse contingente maior é, em média, menor”.
A massa de rendimento real habitual ficou estável em R$
219,2 bilhões.
Atividades
Por grupamentos de atividades, houve alta na comparação
trimestral na indústria geral (5,3%), na construção (10%), no comércio (7,8%),
transporte, armazenagem e correio (4,9%), alojamento e alimentação (10,2%) e
serviços domésticos (9,7%). Foram observadas quedas de 2,2% na administração
pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.
Na comparação anual, as altas foram observadas na
agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (9,2%),
indústria geral (9,4%), construção (24,7%), comércio, reparação de veículos
automotores e motocicletas (11,1%), transporte, armazenagem e correio (12,9%),
alojamento e alimentação (23,9%), informação, comunicação e atividades
financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (8,9%), outros
serviços (7,8%) e serviços domésticos (21,3%). Os demais grupamentos ficaram
estáveis.
A população em idade de trabalhar se mantém estável em
177,2 milhões de pessoas e a população na força de trabalho soma 103,8 milhões,
aumento de 2,3% em relação ao trimestre móvel encerrado em maio.
0 Comentários