Ipea diz que desemprego tem queda de 1,5 ponto percentual
em um ano
Comércio foi o setor que mais criou vagas de emprego formal
Publicado em 05/10/2021 - 15:19 Por Léo Rodrigues -
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou
hoje (5), no Rio de Janeiro, nova nota de conjuntura informando que a taxa de desocupação sofreu queda de 1,5
ponto percentual em um ano, saindo de 14,5% em julho de 2020 para 13% em julho
deste ano. A análise aponta um avanço no ritmo de recuperação do mercado de
trabalho.
A população desocupada abrange pessoas que não estão
trabalhando, mas que tomaram alguma providência para conseguir emprego. Esse
grupo chegou a 90,2 milhões em julho. Segundo o Ipea, trata-se de patamar
próximo ao verificado em março de 2020, mês de início da pandemia de covid-19
no Brasil.
Segundo a análise, entre julho de 2020 e julho de 2021
houve crescimento de 12% na taxa de ocupação. Essa variação representa uma
queda de 1,5 ponto percentual no contingente de desocupados porque houve
aumento da taxa de participação na força de trabalho de 54,01% para 58,3%. A
população que participa da força de trabalho engloba tanto ocupados quanto
desocupados.
Isso significa que houve redução de pessoas que estavam sem
trabalhar e, por diferentes motivos, não tomavam providência para conseguir
emprego. Com a retomada gradual da economia após os efeitos mais agudos da
pandemia, muitos indivíduos, antes considerados fora da força de trabalho,
voltaram a buscar ocupação.
"Essa melhora das condições do mercado de trabalho se
traduz também na queda no número de desalentados, cujo contingente de 5,2
milhões de pessoas, em julho, é 10% menor que o registrado no mesmo período de
2020", disse o Ipea. Desalentados são pessoas que gostariam de trabalhar,
mas desistiram de procurar emprego por acreditar que não conseguiriam.
Informalidade
A análise é assinada por Maria Lameiras e Marcos Hecksner e
se baseia nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad Contínua), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do
Ministério da Economia.
A expansão da ocupação ocorre de forma mais intensa nos
segmentos informais do mercado de trabalho. Houve crescimento de 22,7% dos
empregados sem carteira assinada e de 20,3% dos trabalhadores por conta
própria.
Entre os trabalhadores com carteira assinada no setor
privado, a alta foi de 8,3%. O comércio foi o setor que mais criou vagas de
emprego formal, seguido pela indústria de transformação, pelos serviços
administrativos e pela construção.
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