ONU: Ásia teve o ano mais quente em 2020
Alerta é feito pela organização em relatório anual
Publicado em 26/10/2021 - 07:20 Por RTP - Tóquio
RTP - Rádio e Televisão de Portugal
A Ásia teve o ano mais quente de sua história em 2020,
alertou hoje (26) a Organização das Nações Unidas, antes da cúpula climática da
COP26.
Em relatório anual sobre o estado do clima na Ásia, a
Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que toda a região tem sido
afetada pelas alterações climáticas.
"O clima extremo e as alterações climáticas na Ásia em
2020 causaram a perda de milhares de vidas, deslocaram milhões a mais e
custaram centenas de bilhões de dólares", disse a OMM em comunicado.
"O desenvolvimento sustentável está em risco. A
insegurança alimentar e hídrica, os riscos para a saúde e a degradação
ambiental estão aumentando", acrescentou.
No relatório, a OMM também faz um balanço das perdas
econômicas anuais devidas a riscos climáticos. Elas são estimados em US$ 238
bilhões na China, US$ 87 bilhões na Índia, US$ 83 bilhões no Japão e US$ 24
bilhões na Coreia do Sul.
"Os riscos climáticos e meteorológicos,
particularmente inundações, tempestades e secas, tiveram impacto significativo
em muitos países da região", disse o secretário-Geral da OMM, Petteri
Taalas, citado na nota.
Em 2020, as inundações e tempestades afetaram cerca de 50
milhões de pessoas e deixaram mais de 5 mil mortes.
Esses números são inferiores à média anual das duas últimas
décadas (158 milhões de pessoas afetadas e cerca de 15.500 mortes) "e
refletem o sucesso dos sistemas de alerta precoce em muitos países
asiáticos", de acordo com a organização.
O ano passado foi o mais quente da história na Ásia, com temperatura média 1,39 grau Celsius acima da média de 1981 a 2010.
No final de junho de 2020, foram registrados 38°C em
Verkhoyansk, no nordeste da Sibéria (Rússia), que é provisoriamente a
temperatura mais alta registrada ao norte do Círculo Ártico.
Em 2020, as temperaturas médias das águas superficiais
atingiram níveis recorde nos oceanos Índico, Pacífico e Ártico.
No relatório observa-se também que as temperaturas à
superfície do mar nos oceanos asiáticos aumentam mais fortemente do que a média
global.
Por exemplo, o Mar Arábico e partes do Oceano Ártico
aqueceram mais de três vezes, em média.
Os glaciares na Ásia estão recuando a um ritmo acelerado, e
a OMM prevê que "a sua massa diminuirá de 20% a 40% até 2050, afetando a
vida e a subsistência de cerca de 750 milhões de pessoas".
Agência Brasil
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