Prévia da
inflação fica em 1,20% em outubro
É a maior
variação para o mês desde 1995
Publicado em
26/10/2021 - 10:24 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 1,20% em outubro,
0,06 ponto percentual (pp) acima da taxa de setembro (1,14%). Trata-se da maior
variação para um mês de outubro desde 1995 (1,34%) e a maior variação mensal
desde fevereiro de 2016 (1,42%).
O IPCA-15,
divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
é uma prévia da inflação oficial do país, o IPCA.
No ano, o
IPCA-15 acumula alta de 8,30% e, em 12 meses, de 10,34%, acima dos 10,05%
registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2020, a taxa
foi de 0,94%.
Com o maior
impacto individual (0,19 pp) no mês de outubro, a energia elétrica (3,91%) foi
destaque no grupo habitação (1,87%). Segundo o IBGE, a alta decorre, em grande
medida, da vigência da bandeira tarifária escassez hídrica, em todo o período
de referência do índice, com acréscimo de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100
kWh consumidos, o mais alto entre todas as bandeiras.
“Durante o
período base do IPCA-15, vigorou tanto a bandeira escassez hídrica, na primeira
quinzena de setembro, quanto a bandeira vermelha patamar 2, na segunda quinzena
de agosto. Outra contribuição importante dentro do grupo veio do gás de botijão
(3,80%), cujos preços subiram pelo 17º mês consecutivo e acumulam, em 2021,
alta de 31,65%”, informou o IBGE.
No grupo dos transportes, as passagens aéreas foram o destaque, com alta de 34,35%, registrando impacto de 0,16 ponto percentual. Houve aumento no preço das passagens em todas as regiões, sendo a menor delas em Goiânia (11,56%) e a maior no Recife (47,52%). Os combustíveis continuam em alta (2,03%) e pressionando os preços. A gasolina, componente com o maior peso do IPCA-15, subiu 1,85% e acumula 40,44% em 12 meses. Os demais combustíveis também subiram: etanol (3,20%), óleo diesel (2,89%) e gás veicular (0,36%).
Quanto aos
grupos analisados, a maior variação foi no de transportes (2,06%) que, além das
altas nas passagens aéreas e nos combustíveis, registrou variação positiva em
automóveis novos (1,64%), usados (1,56%) e nas motocicletas (1,27%). No caso
dos automóveis usados, trata-se da 13ª alta consecutiva, acumulando 13,21% de
variação nos últimos 12 meses.
Segundo a
pesquisa, o grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado
principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro
para 1,54% em outubro. Os preços das frutas subiram 6,41% e contribuíram com
0,06 ponto percentual de impacto. Houve alta também nos preços do tomate
(23,15%), da batata inglesa (8,57%), do frango em pedaços (5,11%), do café
moído (4,34%) do frango inteiro (4,20%) e do queijo (3,94%).
Por outro
lado, foi registrada queda nos preços da cebola (-2,72%) e, pelo nono mês
consecutivo, do arroz (-1,06%). As carnes, após 16 meses seguidos de alta,
tiveram queda de 0,31%.
A alimentação
fora do domicílio acelerou na passagem de setembro (0,69%) para outubro
(0,97%), principalmente por causa do lanche (1,71%), cujos preços haviam
recuado 0,46% no mês anterior. A alta da refeição (0,52%), por sua vez, foi
menor que a observada em setembro (1,31%).
De acordo com
o levantamento, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em outubro. O
menor resultado ocorreu em Belém (0,51%), devido à queda nos preços do açaí
(-4,74%), das carnes (-0,98%) e dos itens de higiene pessoal (-0,64%). A maior
variação foi registrada em Curitiba (1,58%), com altas da energia elétrica
(4,15%) e da gasolina (3,47%).
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