Desencaixotando
Machado: a crônica está no detalhe, no mínimo, no escondido, naquilo que aos
olhos comuns pode não significar nada, mas, uma palavra daqui, “uma
reminiscência clássica” dali, e coloca-se de pé uma obra delicada de observação
absolutamente pessoal. O borogodó está no que o cronista escolhe como tema.
Nada de engomar o verbo. É um rabo de arraia na pompa literária. Um “falar à
fresca”, como o bruxo do Cosme Velho pedia. Muitas vezes uma crônica brilha,
gloriosa, mesmo que o autor esteja declarando, como é comum, a falta de
qualquer assunto. Não vale o que está escrito, mas como está escrito.
(SANTOS,
Joaquim Ferreira dos (org.). As cem melhores crônicas brasileiras. RJ:
Objetiva, 05, p.17)
Em As
Cem Melhores Crônicas Brasileiras, Joaquim Ferreira dos Santos argumenta contra
a ideia de que a crônica é um gênero menor. De acordo com o fragmento
apresentado acima, a crônica:
A)
apresenta características semelhantes a construções literárias de vanguarda.
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