—
Adiante... Adiante... Não pares... Eu vejo. Canaã! Canaã!
Mas o
horizonte da planície se estendia pelo seio da noite e se confundia com os
céus.
Milkau
não sabia para onde o impulso os levava: era o desconhecido que os atraía com a
poderosa e magnética força da Ilusão. Começava a sentir a angustiada sensação
de uma corrida no Infinito...
—
Canaã! Canaã!... suplicava ele em pensamento, pedindo à noite que lhe revelasse
a estrada da Promissão.
E tudo
era silêncio, e mistério... Corriam... corriam. E o mundo parecia sem fim, e a
terra do Amor mergulhada, sumida na névoa incomensurável... E Milkau, num
sofrimento devorador, ia vendo que tudo era o mesmo; horas e horas, fatigados
de voar, e nada variava, e nada lhe aparecia... Corriam... corriam...
(ARANHA,
G. Canaã. São Paulo: Ática, 1998)
O
sonho da terra prometida revela-se como valor humano que faz parte do
imaginário literário brasileiro desde a chegada dos portugueses.
Ao
descrever a situação final das personagens Milkau e Maria, Graça Aranha resgata
esse desejo por meio de uma perspectiva:
A)
realista, pois traz dados de uma terra geograficamente situada.
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