História
do contato entre línguas no Brasil
No
Brasil, o contato dos colonizadores portugueses com milhões de falantes de mais
de mil línguas autóctones e de cerca de duzentas línguas que vieram na boca de
cerca de quatro milhões de africanos trazidos para o país como escravos é, sem
sombra de dúvida, o principal parâmetro histórico para a contextualização das
mudanças linguísticas que afetaram o português brasileiro. E processos como
esses não devem ser levados em conta apenas para a compreensão das diferenças
entre as variedades linguísticas nacionais. O próprio mapeamento das variedades
linguísticas contemporâneas do português europeu e, sobretudo, do português
brasileiro, tanto no plano diatópico quanto no plano diastrático, depende
crucialmente de uma apurada compreensão do processo histórico de sua formação.
(LUCCCHESI,
D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (orgs.). O português afro-brasileiro. Salvador:
EdUFBA, 09 adp)
Glossário:
Autóctone:
nativo de uma região.
Diatópico:
referente à variação de uma mesma língua no plano regional (país, estado, cidade
etc.).
Diastrático:
referente à variação de uma mesma língua em função das diversas classes sociais.
Do
ponto de vista histórico, as mudanças linguísticas que afetaram o português do
Brasil têm sua origem no contato dos colonizadores com inúmeras línguas
indígenas e africanas. Considerando as reflexões apresentadas no texto,
verifica-se que esse processo, iniciado no começo da colonização, teve como
resultado:
A) a
separação entre pessoas que desfrutavam bens e outras que não tinham acesso aos
bens de consumo.
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