É
muito raro que um novo modo de comunicação ou de expressão suplante
completamente os anteriores. Fala-se menos desde que a escrita foi inventada?
Claro que não. Contudo, a função da palavra viva mudou, uma parte de suas
missões nas culturas puramente orais tendo sido preenchida pela escrita:
transmissão dos conhecimentos e das narrativas, estabelecimento de contratos,
realização dos principais atos rituais ou sociais etc. Novos estilos de conhecimento
(o conhecimento “teórico”, por exemplo) e novos gêneros (o código de leis, o
romance etc.) surgiram. A escrita não fez com que a palavra desaparecesse, ela
complexificou e reorganizou o sistema da comunicação e da memória social.
A
fotografia substituiu a pintura? Não ainda há pintores ativos. As pessoas
continuam, mais do que nunca, a visitar museus, exposições e galerias, compram
as obras dos artistas para pendurá-las em casa. Em contrapartida, é verdade que
os pintores, os desenhistas, os gravadores, os escultores não são mais – como
foram até o século XIX – os únicos produtores de imagens.
(LÉVY,
P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 99)
A
substituição pura e simples do antigo pelo novo ou do natural pelo técnico tem
sido motivo de preocupação de muita gente. O texto encaminha uma discussão em
torno desse temor ao:
A) considerar
as relações entre o conhecimento teórico e o conhecimento empírico e acrescenta
que novos gêneros textuais surgiram com o progresso.
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