Enfermo
a 14 de novembro, na segunda-feira o velho Lima voltou ao trabalho, ignorando
que no entretempo caíra o regime. Sentou-se e viu que tinham tirado da parede a
velha litografia representando D. Pedro de Alcântara. Como na ocasião passasse
um contínuo, perguntou-lhe:
- Por
que tiraram da parede o retrato de Sua Majestade?
O
contínuo respondeu, num tom lentamente desdenhoso:
- Ora,
cidadão, que fazia ali a figura do Pedro Banana?
-
Pedro Banana! - repetiu raivoso o velho Lima.
E,
sentando-se, pensou com tristeza:
- Não
dou três anos para que isso seja uma República!
(AZEVEDO,
A. Vidas alheias. Porto Alegre: s. e., 1901 - adaptado)
A
crônica de Artur Azevedo, retratando os dias imediatos à instauração da
República no Brasil refere-se ao(à):
A) ausência
de participação popular no processo de queda da Monarquia.
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