Venho
solicitar a clarividente atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada
uma calamidade que está prestes a desabar em cima da juventude feminina do
Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta que está
empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de
futebol, sem se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte
violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológicos de suas funções
orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe, Ao que dizem os jornais, no
Rio de Janeiro, já estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São
Paulo e Belo Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste
crescendo, dentro de um ano, é provável que em todo o Brasil estejam
organizados uns 200 clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos
destroçados da saúde de 2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas
a uma mentalidade depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e
extravagantes.
(Coluna
Pênalti. Carta Capital. 28 abr. 2010)
O
trecho é parte de uma carta de um cidadão brasileiro, José Fuzeira,
encaminhada, em abril de 1940, ao então presidente da República Getúlio Vargas.
As opções linguísticas de Fuzeira mostram que seu texto foi elaborado em linguagem:
A)
regional, adequada à troca de informações na situação apresentada.
0 Comentários