Morte
e vida Severina
Somos
muitos Severinos
iguais
em tudo na vida:
na
mesma cabeça grande
que a
custo é que se equilibra,
no
mesmo ventre crescido
sobre
as mesmas pernas finas,
e
iguais também porque o sangue
que
usamos tem pouca tinta.
E se
somos Severinos
iguais
em tudo na vida,
morremos
de morte igual,
mesma
morte Severina:
que é
a morte de que se morre
de
velhice antes dos trinta
de
emboscada antes dos vinte,
de
fome um pouco por dia.
(MELO
NETO, J. C. Obra completa. Rio Janeiro: Nova Aguilar, 1994)
Nesse
fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata uma situação marcada
pela:
A) miséria,
à qual muitos nordestinos estão expostos, simbolizada na figura de Severino.
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