Abatidos
pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os
brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o
cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente
com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música criou-la
para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe
fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras,
cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que
soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem
serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos,
chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia
de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.
(AZEVEDO,
A. O cortiço. São Paulo: Ática, 1983)
No
romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas
como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social,
sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e
portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois:
A)
destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.
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