Riqueza
ameaçada
Boa
parte dos 180 idiomas sobreviventes está ameaçada de extinção - mais metade
(110) é falada por menos de 500 pessoas. No passado, era comum pessoas serem
amarradas em árvores quando se expressavam em suas línguas, lembra o cacique
Felisberto Kokama, um analfabeto para os nossos padrões e um guardião da pureza
de seu idioma (caracterizado por uma diferença marcante entre a fala masculina
e a feminina), lá no Amazonas, no Alto Solimões. Outro Kokama, o professor
Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), mostra o problema atual: “Nosso
povo se rendeu às pessoas brancas pela dificuldade de sobrevivência. O contato
com a língua portuguesa foi exterminando e dificultando a prática da nossa
língua. Há poucos falantes, e com vergonha de falar. A língua é muito
preconceituada entre nós mesmos”.
(Revista
Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, nº 26, 2007)
O
desaparecimento gradual ou abrupto de partes importantes do patrimônio
linguístico e cultural do país possui causas variadas. Segundo o professor
Leonel, da região de Santo Antônio do Içá (AM), os idiomas indígenas
sobreviventes estão ameaçados de extinção devido ao:
A) medo
que as pessoas tinham de serem castigadas por falarem a sua língua.
D)
descaso dos governantes em preservar esse patrimônio cultural brasileiro.
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