O rio
que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia
uma volta atrás de casa.
Passou
um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não
era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás da casa.
Era
uma enseada.
Acho
que o nome empobreceu a imagem.
(BARROS,
M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2001)
Manoel
de Barros desenvolve uma poética singular, marcada por “narrativas alegóricas”,
que transparecem nas imagens construídas ao longo do texto. No poema, essa
característica aparece representada pelo uso do recurso de:
A)
rejeição da imagem de vidro e de cobra no imaginário poético.
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