Grupo
escolar
Sonhei
com um general de ombros largos
que
fedia e que no sonho me apontava a poesia
enquanto
um pássaro pensava suas penas
e já
sem resistência resistia.
O
general acordou e eu que sonhava
face a
face deslizei à dura via
vi
seus olhos que tremiam, ombros largos,
vi seu
queixo modelado a esquadria
vi que
o tempo galopando evaporava
(deu
para ver qual a sua dinastia)
mas em
tempo fixei no firmamento
esta
imagem que rebenta em ponta fria:
poesia,
esta química perversa,
este
arco que desvela e me repõe
nestes
tempos de alquimia.
(BRITO,
A. C. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). 26 Poetas Hoje: antologia. Rio de Janeiro:
Aeroplano, 1998)
O
poema de Antônio Carlos Brito está historicamente inserido no período da
ditadura militar no Brasil. A forma encontrada pelo eu lírico para expressar
poeticamente esse momento demonstra que:
A) a
possibilidade de resistir está dada na renovação e transformação proposta pela
poesia, química que desvela e repõe.
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