Serafim
da Silva Neto defendia a tese da unidade da língua portuguesa no Brasil,
entrevendo que no Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram tão marcadas
como as isoglossas (1) da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da
Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa
unidade se desfaz. Diz Teyssier:
“A
realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil são menos geográficas
que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num
determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois
brasileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões distantes uma
da outra.”
(SILVA,
R. V. M. O português brasileiro e o português europeu contemporâneo: aspectos
da diferença.
(1)
isoglossa – linha imaginária que, em um mapa, une os pontos de ocorrência de
traços e fenômenos linguísticos idênticos.
(FERREIRA,
A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 86)
De
acordo com as informações presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da
Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relação:
A) à
influência dos aspectos socioculturais nas diferenças dos falares entre
indivíduos, pois ambos consideram que pessoas de mesmo nível sociocultural
falam de forma semelhante.
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