TEXTO
I
A canção do africano
Lá na
úmida senzala,
Sentado
na estreita sala,
Junto
ao braseiro, no chão,
entoa
o escravo o seu canto,
E ao
cantar correm-lhe em pranto
Saudades
do seu torrão...
De um lado,
uma negra escrava
Os
olhos no filho crava,
Que
tem no colo a embalar...
E à
meia-voz lá responde
Ao
canto, e o filhinho esconde,
Talvez
p’ra não o escutar!
“Minha
terra é lá bem longe,
Das
bandas de onde o sol vem;
Esta
terra é mais bonita,
Mas à
outra eu quero bem.”
(ALVES,
C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995)
TEXTO
II
No
caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas
radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de
gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias
não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito
romântico.
(MELO
NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003)
O
fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de
Melo Neto porque:
A)
mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso.
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