Pote
Cru é meu pastor. Ele me guiará.
Ele
está comprometido de monge.
De tarde
deambula no azedal entre torsos de
cachorro,
trampas, trapos, panos de regra, couros, de rato ao podre, vísceras de
piranhas, baratas albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos, linguetas de
sapatos, aranhas dependuradas em gotas de orvalho etc. etc.
Pote
Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi
encontrado em osso.
Ele
tinha uma voz de oratórios perdidos.
(BARROS,
M. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2002)
Ao
estabelecer uma relação com o texto bíblico nesse poema, o eu lírico
identifica-se com Pote Cru porque:
A)
entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios perdidos.
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