Texto
1
Canção
do exílio
Minha
terra tem palmeiras,
Onde
canta o Sabiá;
As
aves, que aqui gorjeiam,
Não
gorjeiam como lá.
Nosso
céu tem mais estrelas,
Nossas
várzeas têm mais flores,
Nossos
bosques têm mais vida,
Nossa
vida mais amores.
[...]
Minha
terra tem primores,
Que
tais não encontro eu cá;
Em
cismar — sozinho, à noite —
Mais
prazer eu encontro lá;
Minha
terra tem palmeiras
Onde
canta o Sabiá.
Não
permita Deus que eu morra,
Sem
que eu volte para lá;
Sem
que desfrute os primores
Que
não encontro por cá;
Sem
qu’inda aviste as palmeiras
Onde
canta o Sabiá.
(DIAS,
G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998)
Texto
2
Canto
de regresso à Pátria
Minha
terra tem palmares
Onde
gorjeia o mar
Os
passarinhos daqui
Não
cantam como os de lá
Minha
terra tem mais rosas
E
quase tem mais amores
Minha
terra tem mais ouro
Minha
terra tem mais terra
Ouro
terra amor e rosas
Eu
quero tudo de lá
Não
permita Deus que eu morra
Sem
que volte para lá
Não
permita Deus que eu morra
Sem
que volte pra São Paulo
Sem
que eu veja a rua 15
E o
progresso de São Paulo
(ANDRADE,
O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro, s/d)
Os
textos 1 e 2, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o
mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância.
Analisando-os, conclui-se que:
A) o
ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o
tom de que se revestem os dois textos.
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