COP26:
líderes mundiais prometem conter desmatamento até 2030
Declaração
conjunta será adotada por mais de 100 países
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Publicado em
02/11/2021 - 11:16 Por RTP - Rádio e Televisão de Portugal - Glasgow
Os líderes
mundiais comprometeram-se, na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26) a
conter o desflorestamento até 2030. O acordo foi anunciado antecipadamente pelo
governo britânico, anfitrião do encontro. Os ambientalistas consideram que lhe
falta a urgência necessária.
Uma declaração
conjunta será adotada por mais de 100 países onde se situam 85% das florestas
mundiais, entre elas a floresta boreal do Canadá, a Floresta Amazônica ou ainda
a floresta tropical da bacia do Congo.
A iniciativa,
que se beneficiará de um financiamento público e privado de US$ 19,2 bilhões, é
essencial para alcançar o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 grau
Celsius acima dos valores médios da era pré-industrial, disse o
primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
"Esses
formidáveis ecossistemas abundantes - essas catedrais da natureza, os pulmões
do nosso planeta - estão no centro da vida de comunidades ao absorver grande
parte do carbono liberado na atmosfera”, defendeu Johnson.
As florestas
estão recuando ao "ritmo alarmante" de 27 estádios de futebol por
minuto. O primeiro-ministro considera o acordo
histórico para a proteção e recuperação das florestas mundiais”.
Boris Johnson
afirmou que não são apenas países que se juntaram a esse compromisso, que
também abrange o setor privado. Acrescentou que é uma “oportunidade sem paralelo
para a criação de empregos”.
O compromisso
é classificado como "sem precedentes".
O evento Ação
sobre Florestas e Uso da Terra, do qual participou a cúpula de líderes mundiais
da COP26, reuniu uma aliança sem precedentes de governos, empresas, atores
financeiros e líderes não estatais para aumentar a ambição sobre as florestas e
o uso da terra.
Doze países
doadores comprometem-se com um novo Compromisso de Financiamento Florestal
Global. O objetivo é apoiar ações em países em desenvolvimento, incluindo a
restauração de terras degradadas, combate a incêndios florestais e promoção dos
direitos dos povos indígenas e das comunidades locais.
Entre os
signatários do compromisso, estão o Brasil e a Rússia, países acusados da
aceleração da desflorestação nos seus territórios, bem como os Estados Unidos,
a China, a Austrália e a França.
Numa das
sessões de hoje da 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), os dirigentes de mais de 30
instituições financeiras irão também comprometer-se a não investir mais em
atividades ligadas à desflorestação, segundo o comunicado de Downing Street.
Atualmente,
quase um quarto (23%) das emissões mundiais de gases com efeito de estufa
provém de atividades como a agricultura e a indústria madeireira.
Longe da
urgência
Esse novo
compromisso faz eco da Declaração de Nova York sobre as Florestas, de 2014,
quando muitos países se comprometeram a reduzir para metade a desflorestação em
2020 e a pôr-lhe fim em 2030.
Para
organizações não governamentais (ONG) como o Greenpeace, o objetivo de 2030
está demasiado distante no tempo e dá, assim, 'luz verde' a "mais uma
década de desflorestação".
Os
especialistas alertam que o acordo anterior, de 2014, “falhou no compromisso de
desacelerar” a desflorestação.
Embora
saudando esses anúncios, Tuntiak Katan, da Coordenação das Organizações
Indígenas da Bacia da Amazônia (Coica), indicou que a forma como as verbas
alocadas a esse objetivo serão efetivamente gastas será monitorada de perto.
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