COP26:
mais de 40 países aderem a aliança para eliminação do carvão
Onze
instituições financeiras também farão parte do acordo
Publicado em
04/11/2021 - 09:06 Por RTP - Glasgow
RTP - Rádio
e Televisão de Portugal
São mais de
quatro dezenas os países que se juntam à maior aliança internacional com o
objetivo de eliminar progressivamente o carvão das políticas energéticas. Um
deles é a Ucrânia, detentora do terceiro maior parque industrial dependente
desse recurso energético, depois da Alemanha e da Polônia. A China, os Estados
Unidos e a Austrália ficam, por enquanto, fora do compromisso anunciado na
última noite.
Além dos mais
de 40 países que se comprometeram, na Cúpula do Clima (COP26), em Glasgow, na
Escócia, com a eliminação do carvão, 11 instituições financeiras farão parte da
aliança. Os números foram divulgados nas últimas horas pelo governo do Reino
Unido.
Ainda assim,
alguns dos países mais dependentes do carvão como fonte energética, entre eles
a China, Austrália e os Estados Unidos, não se comprometeram com essa aliança.
O governo ucraniano compromete-se a limitar a produção de carvão até 2035.
Outros países, como o Chile, Singapura, Azerbaijão, Eslovênia e Estônia
pretendem chegar ao mesmo objetivo dentro de 15 anos.
Os
signatários da aliança internacional comprometeram-se, concretamente, a barrar
todos os investimentos – internos ou externos - em políticas energéticas
assentadas no carvão.
Chegaram
ainda a acordo para recuar progressivamente na utilização desse recurso na
década, com início em 2030 para as maiores economias mundiais, e a partir de
2040, para os países menos desenvolvidos.
“Fim do
carvão à vista”
O secretário
de Estado britânico para a Energia e Negócios, Kwasi Kwarteng, chegou a afirmar
que o fim do carvão está à vista. “O mundo avança na direção certa, pronto para
selar o destino do carvão e abraçar os benefícios ambientais e econômicos de
construir um futuro alimentado a energia limpa”, destacou o secretário, citado
na edição online da BBC.
Todavia, o
secretário de Estado, o trabalhista Ed Miliband, citou o que considera serem as
brechas abertas por países como a China, entre os maiores emissores de
poluentes do planeta.
Miliband
disse também que o governo britânico, anfitrião da COP26, deixou que “outros se
safassem”.
“Muito
aquém”
Juan Pablo
Osornio, à frente da delegação da organização ambientalista Greepeace na COP26,
advertiu que o texto do compromisso “continua muito aquém da ambição que é
necessária quanto aos combustíveis fósseis nesta década crítica”.
“As letras
pequenas [do acordo de aliança] parecem dar aos países uma enorme margem de
manobra para escolher o seu próprio calendário, apesar do cabeçalho luminoso”,
acrescentou.
Globalmente,
em 2019, o carvão gerou cerca de 37% da energia elétrica.
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