IBGE: PIB cresceu 1,2% em 2019, chegando a R$
7,389 trilhões
Dados do Sistema de Contas Nacionais foram
divulgados hoje
Publicado em 05/11/2021 - 12:35 Por Akemi Nitahara –
Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve alta de 1,2% ante
2018 e atingiu R$ 7,389 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 35.161,70, uma
alta de 0,4%. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais 2019, divulgados hoje
(5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O instituto explica que o que o Sistema de Contas Nacionais
agrega novos dados às Contas Nacionais Trimestrais, mais amplos e detalhados,
tanto do IBGE como de fontes externas.
Segundo os dados apresentados hoje, em 2019 nove dos 12
grupos de atividades econômicas registraram crescimento ou estabilidade. A
agropecuária cresceu 0,4%, a indústria caiu 0,7% e os serviços cresceram 1,5%.
O consumo das famílias, que responde por 74,8% da demanda
final e por 63,7% do PIB, cresceu 2,6%. “A variação média de preços dos bens e
serviços consumidos pelas famílias foi de 3,7% e o valor do consumo final per
capita mensal das famílias passou de R$ 1.768,05, em 2018, para R$ 1.865,97, em
2019”, indica o IBGE.
A despesa de consumo final do governo caiu 0,5%, após alta
de 0,8% em 2018. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 4%, somando
R$ 1,1 trilhão em 2019, o segundo resultado positivo depois de quatro quedas
consecutivas. A taxa de investimento ficou em 15,5%, um crescimento de 0,4
pontos percentuais em relação a 2018, voltando ao patamar de 2016.
Revisão no PIB
De acordo com o IBGE, o crescimento do PIB em 2019 foi
revisado de 1,4% para 1,2%.
“Essa revisão decorreu, principalmente, da incorporação de
novos dados sobre o impacto econômico do rompimento da barragem de Brumadinho,
em 25 de janeiro de 2019. Com isso, a queda da Indústria extrativa mineral foi
ajustada de -0,9% para -9,1%. O impacto dessa revisão sobre a taxa de
crescimento do Valor Adicionado Bruto da Indústria foi de -1 ponto percentual”,
informa o instituto.
Com a taxa de 2019, o país registra três anos seguidos de
crescimento no PIB, com 1,8% em 2018 e 1,3% em 2017. Porém, essas altas não
foram suficientes para reverter a queda de 6,7% acumulada em 2015 e 2016,
segundo o IBGE.
O instituto destaca que o crescimento de 1,2% em 2019 foi decorrente do aumento de 1% no valor adicionado bruto, com destaque para o grupo serviços que cresceu 1,5%. Os impostos sobre produtos, líquidos de subsídios, cresceram 2,7%.
O comércio subiu 1,6% em 2019, com destaque para o volume
do milho em grão (42%), caminhões e ônibus (23%) e álcool (13,8%). As
atividades imobiliárias cresceram 2,4% e outras atividades de serviços
cresceram 2,8%.
A atividade energia elétrica, gás natural e outras
utilidades cresceu 3,2%, enquanto água, esgoto e gestão de resíduos cresceu
1,1%. A construção reverteu os resultados negativos apresentados desde 2014 e
em 2019 teve alta de 1,9%.
Financiamento da economia nacional
O IBGE destaca, ainda, que a necessidade de financiamento
da economia brasileira foi de R$ 241 bilhões em 2019, uma alta de 44,5% em
relação a 2018, quando atingiu R$ 166,7 bilhões.
“Contribuiu para o aumento, o desempenho do comércio
exterior, pois enquanto as exportações de bens e serviços apresentaram
crescimento nominal de 1,8% (R$ 1,03 trilhão, em 2018, contra R$ 1,04 trilhão,
em 2019), as importações de bens e serviços experimentaram maior elevação, de
9,4% (de R$ 997 bilhões, em 2018, para R$ 1,1 trilhão, em 2019)”, informou o
instituto.
Outra contribuição para o resultado foi o aumento líquido
do envio de rendas de propriedade ao resto do mundo, que, segundo os dados do
IBGE, passou de R$ 195,7 bilhões em 2018, para R$ 199,1 bilhões.
Após três anos de crescimento, a poupança bruta caiu,
passando de R$ 507,9 bilhões, em 2018, para R$ 438,6 bilhões, em 2019. A
capacidade de financiamento das empresas financeiras passou de R$ 149,8 bilhões
para R$ 132,3 bilhões, uma queda nominal de 11,7%.
A necessidade de financiamento do setor público, no setor
de governo geral, teve queda de 14%, passando de R$ 429,2 bilhões em 2018, para
R$ 369,6 bilhões em 2019. O movimento se explica pelo crescimento de 7,9% da
receita total, influenciado pelos R$ 83,9 bilhões em receita no bônus de
partilha na produção de petróleo do pré-sal, apesar da variação de 5,9% das
despesas das três esferas de governo.
No setor famílias, 2019 teve crescimento nominal de 6,4% na
despesa de consumo final, mas a capacidade de financiamento das famílias
aumentou 13,6%, chegando ao valor de R$ 184,6 bilhões. A remuneração dos
empregados subiu 5,3%, as rendas de propriedade recebida aumentaram 6,5% e as
rendas de propriedade pagas caíram 5,3%.
Outra contribuição para o resultado foi o aumento de 9,2%
em termos nominais dos benefícios sociais recebidos pelas famílias.
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