Mercado
financeiro eleva projeção da inflação para 10,12%
Previsão para
crescimento da economia cai para 4,8% em 2021
Publicado em
22/11/2021 - 09:03 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão do
mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, subiu de 9,77% para 10,12% neste ano. É
a 33ª elevação consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje
(22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a
expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos.
Para 2022, a
estimativa de inflação ficou em 4,96%. Para 2023 e 2024, as previsões são de
3,42% e 3,1%, respectivamente.
Em outubro,
puxada pelo aumento de preços de combustíveis e alimentos, a inflação acelerou
1,25%, a maior para o mês desde 2002, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no
ano e de 10,67%, nos últimos 12 meses.
A previsão
para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A
meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este
ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e
2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de
tolerância.
Taxa de juros
Para alcançar
a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa
básica de juros, a Selic, definida em 7,75% ao ano pelo Comitê de Política
Monetária (Copom). Para a próxima reunião do órgão, no mês que vem, o Copom já
sinalizou que pode elevar a Selic em mais 1,5 ponto percentual.
As projeções
do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao
redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a
política mais contracionista, com elevação dos juros, para manter o IPCA dentro
do intervalo de tolerância definido pelo CMN.
Para o mercado
financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 9,25% ao ano, em
linha com a sinalização do BC. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa
básica suba para 11,25% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em
7,75% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom
reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo
à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a
atividade econômica.
PIB e câmbio
As
instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o
crescimento da economia brasileira este ano de 4,88% para 4,8%. Para 2022, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,7%. Em 2023 e 2024, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% para ambos os anos.
A expectativa
para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,50 para o final deste ano. Para o
fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo
patamar.
0 Comentários