Pretos e
pardos têm maior perda de qualidade de vida que brancos
IBGE
apresenta índice multidimensional pela primeira vez
Publicado em
26/11/2021 - 10:30 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil – Rio
de Janeiro - Rio de Janeiro
O Índice de
Perda de Qualidade de Vida (IPQV) no Brasil era de 0,158 entre 2017 e 2018.
Este índice multidimensional foi apresentado hoje (26) pela primeira vez pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro.
Ele representa
mais uma dimensão da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018),
trazendo agora os Indicadores de Qualidade de Vida.
Os novos
indicadores seguem recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU) e utilizam
uma série de variáveis da pesquisa 2017-2018. As medidas vão de zero a um,
sendo que, quanto mais perto de zero, menor a perda.
O IPQV leva em
consideração 50 indicadores relativos a moradias, serviços de utilidade
pública, alimentação e saúde, educação, acesso a serviços financeiros e padrão
de vida, lazer e transporte.
O IPQV para
pessoa preta ou parda é 0,185 e para pessoa branca, 0,123. “Quando os subgrupos
da população são definidos pelas características da família, nos casos em que a
pessoa de referência se declarou branca, o valor do IPQV foi de 0,123,
notadamente menor que o valor Brasil. Já para a parcela da população em que a
pessoa de referência se declarou preta ou parda, o IPQV foi de 0,185, ou seja
17% maior que o valor nacional”, informou o IBGE.
Ensino
superior completo
Já o índice da
perda da qualidade de vida de quem tem ensino superior completo é bem menor de
quem não tem instrução. “Quando consideramos a escolaridade, o principal
destaque está no subgrupo com pessoa de referência sem instrução, em que o IPQV
foi de 0,255, ou seja,1,6 vezes o valor Brasil. No subgrupo com pessoa de
referência com nível superior completo, o índice foi de 0,076, menos da metade
do valor Brasil”, revelou a pesquisa.
Famílias cuja
pessoa de referência era homem apresentaram menor perda de qualidade de vida,
com um IPQV de 0,151, contra 0,169 nas famílias lideradas por mulheres.
A faixa com
menor perda de qualidade de vida concentrava 13,7% da população e a faixa com
mais perdas, 10,3%. A maior parte dos brasileiros se encontra na zona
intermediária de qualidade de vida.
Na área rural,
a perda era maior do que a média nacional (1,5 vez mais) do que na área urbana
(1,7 vez mais). Cerca de 15% dos brasileiros viviam em área rural e essa
parcela da população contribuiu com quase um quarto do valor do IPQV Brasil.
“No que tange
aos estratos geográficos, na área rural o IPQV foi de 0,246, ou seja, cerca de
1,5 vezes o valor para o Brasil. No que se refere a grandes regiões, Sul
(0,115) e Sudeste (0,127) tiveram um IPQV menor que o nacional, enquanto Norte
(0,225) e Nordeste (0,209) apresentaram os maiores resultados para este
índice”, afirmou o levantamento.
Desempenho
econômico
Um segundo
índice que mede o desempenho socioeconômico também foi divulgado hoje pela
primeira vez. O Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) incorpora a renda e
as perdas de qualidade de vida em nove dimensões (renda, moradia, acesso aos
serviços de utilidade pública, saúde, educação, acesso aos serviços financeiros
e padrão de vida, alimentação, transporte e lazer e viagens).
No período
analisado pela pesquisa 2017-2018, o IDS do Brasil era de 6,201. O Distrito
Federal (6,970) e São Paulo (6,869) tinham os maiores índices e Maranhão
(4,897) e Pará (5,099), os menores.
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