Produção
Industrial recua em nove dos 15 locais pesquisados, diz IBGE
Setor de
alimentos e derivados de petróleo contribuíram para queda
Publicado em
10/11/2021 - 12:14 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil -
Rio de Janeiro
A produção
industrial caiu em nove dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial
Mensal (PIM Regional), com a redução de 0,4% registrada na passagem de agosto
para setembro.
As principais
quedas ocorreram no Ceará (-4,4%) e no Amazonas (-4%). Os estados de Goiás
(-2,3%), Mato Grosso (-2,2%), São Paulo (-1%), Pará (-0,6%) e Santa Catarina
(-0,5%) tiveram recuos mais intensos do que a taxa nacional (-0,4%). Os dados
da PIM foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De acordo com
o levantamento, a maior influência partiu de São Paulo, que responde por cerca
de 34% da produção industrial do país. O setor de alimentos e, em menor escala,
o de derivados do petróleo contribuíram para a queda de 1% na comparação com
agosto. Com o resultado, o estado se encontra 1,4% abaixo do patamar
pré-pandemia.
O analista da
pesquisa, Bernardo Almeida, informou que, desde agosto de 2020, a
flexibilização das medidas restritivas vem reduzindo os efeitos da pandemia da
covid-19. “A partir de agosto do ano passado, já temos uma produção mais
regularizada. E começamos a perceber as consequências da pandemia para a
produção industrial: desabastecimento de insumos, aumento no custo da produção,
redução do consumo das famílias por conta de inflação e desemprego. Tudo isso
afeta a cadeia produtiva”, afirmou, destacando, no entanto, que mesmo com a
pandemia desacelerando, as consequências persistem.
A PIM mostrou ainda
que, em setembro, apenas quatro locais apresentavam produção industrial acima
do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020: Santa Catarina (5,2% acima), Rio
de Janeiro (1,7%) e Paraná (1,6%). O destaque é para Minas Gerais (10,2%
acima), que é o único a se manter desde julho do ano passado.
Comparação
anual
Em relação a
setembro do ano passado, as quedas mais intensas ocorreram na Região Nordeste
(-13,7%), Amazonas (-13,5%), Bahia (-13,3%) e Ceará (-12,3%). Conforme a
pesquisa, especificamente, na Bahia, pesaram as perdas no setor de veículos,
por causa da saída de uma importante indústria montadora do estado. “A queda na
produção de automóveis e autopeças teve impacto na região Nordeste como um
todo”, afirmou Almeida.
Outras quedas
foram registradas em Mato Grosso (-8,3%), Goiás (-8,2%), Pará (-7,9%),
Pernambuco (-5,8%), São Paulo (-5,6%), Rio Grande do Sul (-4,4%), e Espírito
Santo (-0,2%). Em movimento diverso, Rio de Janeiro (5,3%) e Minas Gerais (5%)
tiveram os maiores avanços.
Acumulado
No acumulado
do ano, as taxas foram positivas em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque
para Santa Catarina (18,1%), Minas Gerais (14,2%) e Paraná (13,3%). O acumulado
em 12 meses teve dez dos 15 locais pesquisados com taxas positivas.
Pesquisa
De acordo com
o IBGE, desde a década de 1970, a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física -
Regional produz indicadores de curto prazo, relativos ao comportamento do
produto real das indústrias extrativa e de transformação. Mensalmente,
apresenta “índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no
mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também
para o Nordeste, como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste”.
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