Esaú e
Jacó
Ora,
aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe quisesse pôr alguma, e não me
ocorresse outra. Não é somente um meio de completar as pessoas da narração com
as ideias que deixarem, mas ainda um par de Lunetas para que o leitor do Iivro
penetre o que for menos claro ou totalmente escuro.
Por
outro lado, há proveito em irem as pessoas da minha história colaborando nela,
ajudando o autor, por uma Iei de solidariedade, espécie de troca de serviços,
entre o enxadrista e os seus trabalhos.
Se
aceitas a comparação, distinguirás o rei e a dama, o bispo e o cavalo, sem que
o cavalo possa fazer de torre, nem a torre de peão. Há ainda a diferença da
cor, branca e preta, mas esta não tira o poder da marcha de cada peça, e afinal
umas e outras podem ganhar a partida, e assim vai o mundo.
(ASSIS,
M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
O
fragmento do romance Esaú e Jacó mostra como o narrador concebe a leitura de um
texto literário. Com base nesse trecho, tal leitura deve levar em conta:
A) o
leitor como peça fundamental na construção dos sentidos.
B) a
luneta como objeto que permite ler melhor.
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