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QUESTÃO SOBRE GRANDE SERTÃO: VEREDAS – LITERATURA ENEM 2014.3

 


Pecados, vagância de pecados. Mas, a gente estava com Deus? Jagunço podia? Jagunço – criatura paga para crimes, impondo o sofrer no quieto arruado dos outros, matando e roupilhando. Que podia? Esmo disso, disso, queri, por pura toleima; que sensata resposta podia me assentar o Jõe, broreiro peludo do Riachão do Jequitinhonha? Que podia? A gente, nós, assim jagunços, se estava em permissão de fé para esperar de Deus perdão de proteção? Perguntei, quente.
— "Uai? Nós vive... — foi o respondido que ele me deu.
(ROSA, G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001)
Guimarães Rosa destaca-se pela inovação da linguagem com marcas dos falares populares e regionais. Constrói seu vocabulário a partir de arcaísmos e da intervenção nos campos sintático-semânticos. Em Grande sertão: veredas, seu livro mais marcante, faz o enredo girar em torno de Riobaldo, que tece a história de sua vida e sua interlocução com o mundo-sertão. No fragmento em referência, o narrador faz uso da linguagem para revelar:
A) inquietação por desconhecer se os jagunços podem ou não ser protegidos por Deus.
B) uma insatisfação profunda com relação à sua condição de jagunço e homem pecador.
C) confiança na resposta de seu amigo Jõe, que parecia ser homem estudado e entendido.
D) muitas dúvidas sobre a vida após a morte, a vida espiritual e sobre a fé que pode ter o jagunço.
E) arrependimento pelos pecados cometidos na vida errante de jagunço e medo da perdição eterna.

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