TEXTO
I
Versos
de amor
A um
poeta erótico
Oposto
ideal ao meu ideal conservas.
Diverso
é, pois, o ponto outro de vista
Consoante
o qual, observo o amor, do egoísta
Modo
de ver, consoante o qual, o observas.
Porque
o amor, tal como eu o estou amando,
É
Espírito, é éter, é substância fluida
É
assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida,
entretanto, não o estar pegando!
É a
transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima,
e impalpável,
Que
anda acima da carne miserável
Como
anda a garça acima dos açudes!
(ANJOS,
A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996)
TEXTO
II
Arte
de amar
Se
queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma
é que estraga o amor.
Só em
Deus ela pode encontrar satisfação.
Não
noutra alma.
Só em
Deus — ou fora do mundo.
As
almas são incomunicáveis.
Deixa
o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque
os corpos se entendem, mas as almas não.
(BANDEIRA,
M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993)
Os
Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar
disso, ambos definem esse sentimento a partir da oposição entre:
A)
satisfação e insatisfação.
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