O
farrista
Quando
o almirante Cabral
Pôs as
patas no Brasil
O anjo
da guarda dos índios
Estava
passeando em Paris.
Quando
ele voltou de viagem
O
holandês já está aqui.
O anjo
respira alegre:
“Não
faz mal, isto é boa gente,
Vou
arejar outra vez.”
O anjo
transpôs a barra,
Diz
adeus a Pernambuco,
Faz
barulho, vuco-vuco,
Tal e
qual o zepelim
Mas
deu um vento no anjo,
Ele
perdeu a memória.
E não
voltou nunca mais.
(MENDES,
M. História do Brasil.
Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1992)
A Obra
de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, cujas propostas
estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico que:
A)
configura um ideal de nacionalidade pela integração regional.
C)
repercute as manifestações do sincretismo religioso.
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