Nunca
tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao
teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma
careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só
tomava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um
eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e
dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a
existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou
achando que era muito direito.
(ASSIS,
M. et al. Missa do galo: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Summus, 1977)
No
fragmento desse conto de Machado de Assis, "ir ao teatro" significa
"ir encontrar-se com a amante". O uso do eufemismo como estratégia
argumentativa significa:
A)
exagerar quanto ao desejo em "ir ao teatro".
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